terça-feira, 31 de agosto de 2021

ELEIÇÕES INTERNAS NO PSOL: MAIORIA APOIA FRENTE DE COLABORAÇÃO DE CLASSES EM APOIO A LULA PRESIDENTE JÁ NO 1º TURNO

A eleição nacional dos filiados do PSOL que aconteceu nos finais de semana de agosto foi vencida pelo chamado "campo" reformista que agrupa Guilherme Boulos, Ivan Valente, Chico Alencar, Edmilson Rodrigues e Valério Arcary, aliança que vai continuar com maioria na sigla e defende o apoio a Lula já no primeiro turno. Esse arco uniu a chamada direita e o centro do partido, incluindo nesse espectro político a tendência Resistência de Valério Arcary. O "campo" teve aproximadamente 60% dos votos, contra cerca de 40% de grupos concorrentes revisionistas (MES, LSR, Luta Socialista, CST....), que têm como principais referências o deputado federal Glauber Braga (RJ), o vereador Babá e a deputada estadual Luciana Genro (RS).

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Boulos e seu “campo” defendem a possibilidade do partido não lançar candidato à Presidência em 2022, privilegiando assim a composição de uma frente ampla de colaboração de classes. O debate, no entanto, deve continuar no partido até o ano que vem. Até o momento, cresce a possibilidade de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o candidato que atualmente lidera as pesquisas eleitorais.

Os envolvidos apontam que ainda há muitas questões a equacionar, como a posição que o PSOL ocuparia na aliança, o programa político desse grupo de partidos e os demais membros dessa coalizão.

“O partido sai mais forte, foi um processo democrático interno com a participação de quase 50 mil filiados do Brasil inteiro, e a posição que defende o PSOL com mais amplitude mantendo sua coerência de princípios saiu fortalecida desse congresso”, disse Boulos

O PSOL negocia aliança com PT para apoiar Lula em 2022. Se for concretizada, será a primeira vez que a legenda não terá um candidato próprio e apoiará o PT logo no primeiro turno. A estratégia é patrocinada pela cúpula do PSOL devido à “gravidade do momento político do Brasil” dizem os reformistas sob o comando de Ivan Valente. 

Quem está na vanguarda desta defesa é Valério Arcary e seu grupo (sic!) “Resistência”. Segundo o Esquerda On line (18.08), “A unidade da esquerda não pode se limitar à organização da luta pelo Fora Bolsonaro. É necessário construir uma alternativa de poder, que apresente um projeto de transformação social do país dos e para os explorados e oprimidos. Por isso, consideramos que o PSOL deve defender a unidade da esquerda e dos movimentos sociais também nas eleições. Lula, por sua força junto à classe trabalhadora e ao povo pobre, é o nome mais indicado para ser o candidato a presidente por uma frente de esquerda.”.

Para melhor justificar essa aliança utiliza-se do real e concreto perigo do avanço do fascismo e da escalada reacionária que o país atravessa. Ocorre que longe de ser um instrumento político útil para barrar a ofensiva da direita pela ação direta dos trabalhadores, a Frente Popular formada pelo PT e PSOL (cada um tendo seu papel no campo do reformismo) patrocina ilusões do circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos e orienta os trabalhadores a acreditar nas decadentes e apodrecidas instituições do regime político burguês. 

De fato, com a atual política de integrar o chamado "centro civilizatório" que apoia o programa ditado pelo OMS (lockdown, vacina e testes, tripé do famoso "fique em casa" para paralisar a luta de classes) não há qualquer motivo para o PSOL não apoiar Lula e uma ampla aliança burguesa para a disputa de 2022. Bolsonaro é usado por um grande arco político (que inclui a Famiglia Marinho e o Itáu) como o "espantalho" de extrema-direita para forjar essa frente de colaboração entre as classes sociais.

Valério declarou recentemente que “com um acordo programático, Lula unifica e representa a esquerda desde o primeiro turno”. O grupo Resistência se alinha com Ivan Valente, Edmilson Rodrigues e a direta do partido para, com sua linha social-democrata, construir a aliança com o PT desde o primeiro turno da disputa presidencial.

Como se observa, trata-se de uma frente eleitoral em gestação que não serve como um ponto de apoio para a luta direta das massas, uma continuidade das gestões petistas que desmoralizaram o movimento operário e corromperam as lideranças sociais via sua integração ao Estado capitalista.

A LBI defende um a Frente Única de Ação contra o fascismo, a construção de comitês populares de autodefesa e da construção da greve geral contra a intervenção militar e para barrar o recrudescimento das ações das hordas fascistas. A “Frente Democrática” entre PT e PSOL desgraçadamente se opõem a esse objetivo de luta direta e aponta o caminho eleitoral.

Cabe ao Marxistas Revolucionários denunciaram mais esse engodo "civilizatório" defendido por Valério que está a serviço de construir governos subservientes a nova ordem mundial do capital financeiro, que mesmo posando de "progressistas" e cinicamente "defensores da vida e da ciência" jogam o proletariado e sua vanguarda nas mãos dos verdadeiros genocidas que representam o grande capital e seu terror sanitário!