sábado, 14 de agosto de 2021

ACORDO ENTRE MADURO E A DIREITA: NENHUM APOIO AO “MEMORANDO” DE CONCILIAÇÃO ASSINADO PELO CHAVISMO COM A OPOSIÇÃO BURGUESA!

O Presidente Nicolás Maduro saudou a assinatura do memorando de entendimento entre o Governo e a oposição da Venezuela, no âmbito da mesa de diálogo iniciada sexta-feira na Cidade do México. Em sua conta na rede social no Twitter, o chefe de Estado escreveu: “Saudamos a assinatura do Memorando de Entendimento entre o Governo da República Bolivariana da Venezuela e a Plataforma Unitária da Oposição”. “Agradecemos ao México e à Noruega por seus esforços pela Paz do povo venezuelano”, acrescentou o presidente venezuelano. Não resta dúvida que é mais uma medida de Maduro que desmoraliza a luta dos trabalhadores venezuelanos contra os golpistas e a burguesia pró-imperialista.

O justo combate que os Marxistas Leninistas travam na Venezuela, é por uma ação independente das massas em relação à política de colaboração de classes do chavismo, convocando para a luta direta contra a chamada “boliburguesia”, um entrave capitalista para a extensão das conquistas operárias. Somente a construção de um verdadeiro poder revolucionário, será capaz de conduzir à vitória da Venezuela

O ministro das Relações Exteriores, Jorge Arreza, por sua vez, destacou no Twitter que “o entendimento, a reunião e os acordos em favor do povo são as chaves para a paz e a estabilidade na Venezuela”, o que revela um política de suicídio do chavismo.

O memorando foi firmado em presença do chanceler mexicano Marcelo Ebrard na qualidade de anfitrião.

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e chefe da delegação do governo no diálogo com a oposição, Jorge Rodríguez, afirmou que espera alcançar acordos urgentes nas áreas social e econômica na rodada de negociações que foi iniciada no México, em resumo, deseja do aval dos EUA para o pacto.

"O objetivo é chegar a um acordo através de uma negociação intensa, abrangente, incremental e pacífica, para estabelecer regras claras de convivência política e social, com respeito absoluto à Constituição nacional da Venezuela", indica o texto lido na cerimônia inaugural pelo representante da Noruega, Dag Nylander, que figura como ator internacional do processo.

Para iniciar o diálogo no México, as partes acordaram uma agenda de sete pontos, começando com "direitos políticos para todos" como parte do mesmo entendimento preliminar.

O segundo ponto visa o alcance de "garantias eleitorais para todos" e de um "cronograma eleitoral para eleições observáveis", em uma clara submissão aos planos do imperialismo ianque e seu ministério de colônias, a OEA.

O terceiro assunto diz respeito ao "cancelamento das sanções e restauração de direito sobre ativos", que é uma exigência do governo venezuelano.

Já os temas quatro e cinco se referem ao "respeito ao Estado constitucional de direito"; e a "coexistência política e social, renúncia à violência, e reparações para as vítimas".

O 6º trata sobre a "proteção da economia nacional e medidas de proteção social do povo venezuelano".

E o 7º e último se refere a "garantias de acompanhamento e verificação do que foi acordado" no México para chegar a um acordo através de negociação.

Como parte dos termos gerais do diálogo, o entendimento prévio estabelece como método que a "negociação ocorrerá sob o princípio de que nada está acordado até que todos [os pontos da agenda] estejam".

No entanto, "as partes poderão celebrar acordos parciais caso considerem que os temas tratados foram suficientemente discutidos e se sua implementação for urgente, necessária ou, ao menos, verificável antes do término da negociação".

Está absolutamente cristalino que já existem sinais de corrosão na cúpula do regime chavista, que até o momento segue a linha de conciliação de classes se opondo a uma expropriação total dos bandos capitalista que conspiram abertamente contra o governo Maduro. 

Neste quadro de profunda polarização social, confiar todas as forças do regime nacionalista exclusivamente na cúpula militar é um grave erro histórico, e que poderá custar a “cabeça” de Maduro e a derrota de todo o campo popular. 

A única alternativa política segura para aplastar a reação interna e os abutres imperialistas é o armamento pleno das brigadas populares e a expropriação completa do capital, rumo a um governo genuinamente operário e camponês!