DERROTA DO VOTO IMPRESSO NA CÂMARA VAI DESGASTAR O NEOFASCISTA BOLSONARO... ENQUANTO "ESPANTALHO DO GOLPE" É USADO PARA AMPLIAR FRENTE DA OPOSIÇÃO BURGUESA
O presidente neofascista Bolsonaro reconheceu que a PEC 135 do voto impresso será derrotada na votação em plenário da Câmara dos Deputados que deve ocorrer hoje (10.08). Bolsonaro declarou que sua proposta será derrotada em função da atuação do ministro Luís Roberto Barroso que, nas suas palavras “apavorou alguns parlamentares”, convencendo-os a votar contra a proposta: “Tem parlamentar que deve alguma coisa na Justiça, deve no Supremo. Então o Barroso apavorou, ele foi para dentro do parlamento, fazendo reunião com lideranças e praticamente exigindo que o Congresso não aprovasse o voto impresso”. Na verdade Barroso é apenas um emissário das ordens do Pentágono e da Casa Branca que não aceitam a contestação do sistema eleitoral brasileiro, completamente virtual e manipulável eletronicamente.
Como “prêmio de
consolação”, um comboio de veículos militares do Exército Brasileiro, da
Aeronáutica, e da Marinha do Brasil irá deslocar-se nesta terça-feira para Brasília, até a Praça dos Três Poderes, onde será recebido pelo neofascista Bolsonaro, e pelo Ministro da Defesa, General Braga Netto.
O evento faz parte da
Operação Formosa, realizada desde 1988 para fins de treinamento militar. O
comboio irá estacionar em frente ao Palácio do Planalto e entregará ao
Presidente Bolsonaro e ao Ministro da Defesa, General Walter Braga Netto,
convites formais para as operações de treinamento no Campo de Instrução de
Formosa. O anúncio da operação realizada anualmente há mais de trinta anos
pelas Forças Armadas gerou uma reação da esquerda domesticada, que enxerga
“golpe” até mesmo na própria sombra para justificar sua política de frente
ampla buguesa.
O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, anunciou nesta segunda-feira (9) que a legenda entrará na Justiça do Distrito Federal com um mandado de segurança para impedir "qualquer presença de veículos ou tropas militares" nas ruas durante votações no Congresso Nacional.
Quando do anúncio da escolha do senador Ciro Nogueira
(PP-PI), um dos líderes do Centrão, para chefiar a Casa Civil, muitos analistas
afirmaram que se tratava de um acordo para assegurar a adoção do voto impresso.
Em momento algum os líderes do Centrão assumiram publicamente o compromisso com
a proposta, ao contrário. Como é sabido, a PEC do voto impresso foi rejeitada
na comissão especial da Câmara dos Deputados na semana passada. Logo após sua
rejeição, o presidente da casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), anunciou no dia
seguinte que a proposta seria levada à plenário.
O tom do anúncio feito por Arthur Lira deu a entender que a medida seria derrotada na Câmara dos Deputados, será “sepultadas democraticamente”. O tom da fala de Arthur Lira foi claramente no sentido de sepultar a questão, ao afirmar que o Brasil “tem pressa” no trato de outras questões, e lamentou que a mais antiga demanda democrática do povo brasileiro, a lisura e transparência no sistema eleitoral via voto impresso e apuração pública, esteja pautando, no sentido de “atrapalhar”, o debate público. Ele enfatizou que a questão será dirimida “legitimamente” pela Câmara dos Deputados formada, nas palavras de Arthur Lira, por “representantes legitimamente eleitos pela urna eletrônica”.
Em outras palavras, em uma análise preliminar, pode-se concluir que o tom da fala de Arthur Lira foi no sentido de sepultar a demanda pelo voto impresso, com a chancela da Câmara dos Deputados, formada por representantes “eleitos legitimamente pela urna eletrônica”.
Qualquer resquício de mudança em nosso obsoleto e obscuro sistema de votação eletrônica será sepultado de pronto e ainda saberemos quantos votos de fato Bolsonaro tem na Câmara dos Deputados, além do 171 necessários para impedir o processo de impeachment.