sexta-feira, 27 de agosto de 2021

“ECONOMIZEM ENERGIA” DIZ O CHARLATÃO BOLSONARO: AUMENTO SISTEMÁTICO DOS PREÇOS JÁ FORÇA O RACIONAMENTO DO USO DA LUZ PELA MAIORIA DO POVO BRASILEIRO

Bolsonaro pediu ontem para que os brasileiros reduzam o consumo de energia e o próximo passo pode vir a ser o aumento ainda maior das contas de luz dos brasileiros. Com este cenário, o governo Bolsonaro impõe o racionamento aos consumidores, forçados pela alta sistemática da conta de luz ainda. Apesar do aumento das tarifas e o risco de racionamento ser justificado pelo governo Bolsonaro como consequência da pior crise hídrica dos últimos 91 anos devido à falta de chuvas, especialistas alertam que o problema dos reservatórios não é culpa de São Pedro e sim da falta de investimento no setor. 

Os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste – que respondem por 70% da capacidade de geração de energia do país – estão com 29,4% da capacidade de armazenamento, e não há perspectiva de chuva forte nessas regiões até meados de outubro.

As estratégias do governo em culpar questões ambientais, ao mesmo tempo que tenta emplacar a venda da Eletrobrás através da Medida Provisória 1055 é uma tentativa de esconder a falta de investimentos.

Com uma economia em recessão, uma pandemia longe de ser resolvida, lojas fechadas por todo o Brasil, tarifas caríssimas, recorde de inadimplência nas contas de luz, térmicas ligadas, importação de energia, bandeira tarifária mais cara do que a contratação de energia solar no último leilão e a realidade abaixo que quer ser escondida, não está difícil  prever que provavelmente vamos repetir o desastre de 2001.

No capitalismo periférico do Brasil, quando tragédias são vislumbradas no horizonte, além das tardias medidas atenuantes, os dedos do governo burguês de plantão apontam vários culpados. Primeiro se tenta a estratégia do exagero climático: “pior seca da história”, para depois apresentar a solução neoliberal: “a saída é a privatização total”. Apesar de estar relacionada a uma mudança do clima do planeta, e isso pouco tem a ver com o “aquecimento global” tanto difundido pela Nova Ordem Mundial, a chance (cada vez mais alta) de termos um racionamento de energia é tratada do mesmo modo. 

Primeiro, tenta-se negar o evento da crise energética e, culpando o consumidor, faz-se propaganda tentando nos convencer que somos esbanjadores. Depois, a falsa informação catastrófica de que a atual crise hidrológica é inédita, culpando São Pedro. Muitos culpam o operador nacional do sistema (ONS). Só nos resta aguardar para ver se, outros técnicos neoliberais do setor reconhecem que o que está faltando é a falta do investimento estatal, que passou em branco desde os governos Dilma, Temer e o atual presidente neofascista.

Para apontar a mentira da frase “a pior crise hídrica de 91 anos”, basta consultar os dados históricos das “energias naturais” (afluências dos rios em unidades energéticas) do sistema sudeste e centro-oeste. Como se vai ver, esse triste “campeonato” de mentiras precisa de um exame do “VAR”, mas é claro não o da CBF. Utilizando os dados históricos do período 1950 – 1956 (7 anos seguidos) sobre o sistema de geração atual, a situação é pior do que a “inédita” crise hídrica 2014 – 2020 (7 anos). Em outras palavras, se ocorresse o dado histórico, a situação seria mais grave.

Não dá mesmo para culpar a “hidrologia de São Pedro”. Vejamos que a década de 1950 não tinha o desmatamento recente e, mesmo assim há evidencia uma crise pior do que a atual. Além disso, nos “softwares” de simulação da geração aprovados pelo sistema, utiliza-se um modelo estocástico que estende a amostra de energias naturais para 2.000 anos! Nessa série, ocorrem situações piores do que o período crítico. Como parece que 2021 será ainda pior, pode ser que esse indesejado “campeonato” seja vencido pela “crise inédita”.

Na realidade, o que falta é investimento estatal em novas fontes de energia. Se nossos rios não são mais como eram, hipótese até agora ainda por demonstrar, precisamos de mais usinas em outros rios. Ou eólicas e solares, onde estamos completamente atrasados. O que não precisamos é de mais usinas térmicas (a base de diesel importado) pois de 1995 até 2020 multiplicamos por 6 nossa capacidade e, em função do alto preço. Será que é preciso “lembrar” para a esquerda reformista que a Eletrobras vai ser privatizada pelo governo neofascista, vendendo usinas prontas e faturando alto? Está na hora de organizarmos, movimento dós urbanitários e população pobre juntos na construção da greve geral contra a privatização, o apagão e o alto preço das tarifas de luz, que de um jeito ou de outro vai deixar todo mundo no escuro...