A FRENTE AMPLA BURGUESA CHAMA-SE LULA: ALIANÇA UNE DESDE O “CENTRÃO” GOLPISTA ATÉ O PCO
Lula desembarca em Recife (PE) neste domingo (15) para iniciar a articulação de sua campanha com governadores e prefeitos nordestinos. O principal objetivo da viagem será estreitar laços com legendas mais ao centro, ampliando a base de apoio do petista, informa a Folha de S.Paulo. Lula fica no Nordeste até 26 de agosto, passando também por Piauí, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia. Na capital pernambucana, a agenda prioritária é com o PSB, partido do prefeito, João Campos. Até então, a sigla representava um dos principais obstáculos à formação de alianças amplas com o PT, mas, nos bastidores, os ânimos parecem ter acalmado. A Frente Ampla burguesa comandada por Lula deve compor palanques "ecléticos" nos estados tendo aliados estratégicos o PSB golpista na centro-esquerda, agora fortalecido com Freixo e Flávio Dino e com o PSD do “Centrão” fisiológico burguês sob o comando do reacionário Kassab, na centro-direita. A peregrinação de Lula, indica as costuras do arco podre de colaboração de classes.
“Essa viagem [de Lula] não vai precipitar uma decisão nossa, mas é um passo importante desta caminhada”, avalia o deputado federal Tadeu Alencar (PSB-PE), que estará no jantar junto a Campos e ao governador Paulo Câmara (PSB).
No Recife, Lula também vai se encontrar com os deputados
federais Dudu da Fonte (PP-PE) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). O
objetivo do petista é fortalecer palanques locais, atraindo um eleitorado mais
conservador.
No Rio, Marcelo Freixo no PSB será candidato a governador. Lula tenta levar o PSD (agora sob comando de Eduardo Paes) para a aliança, mas o prefeito não vem avançando nesta direção. Já em Minas, a frente burguesa deve ser liderada pelo atual prefeito de BH, o reacionário Alexandre Kalil (PSD).
O partido de Lula teria candidatos próprios apenas em três
estados do Nordeste que já governa (Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí), além
do Espírito Santo (com o nome do recém filiado Fabiano Contarato). No Ceará, o
PT é controlado por Ciro Gomes. No Maranhão, quem comanda o jogo é Flávio Dino,
que vai para o PSB e pode ser vice de Lula. Em Pernambuco, o PT vai apoiar o
PSB.
Na região Norte, a frente de Lula será ainda mais “ampla”, com canalhas corruptos como Elder Barbalho (MDB-PA) e Omar Aziz (PSD-AM), o fanfarrão presidente da CPI e contando com a força de lideranças oportunistas como Randolfe (Rede-AP) e Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), prefeito de Belém.
A regra de Lula para garantir o apoio das legendas burguesas é, em geral, é ceder espaço aos aliados nos Estados, e construir alianças ao centro: com o MDB de Renan (AL) e Requião (PR), mas principalmente com o PSD. O partido de Kassab terá papel decisivo nessa articulação burguesa.
Lula propõe que os capitalistas deixem de apoiar o governo neoliberal de Bolsonaro e apresenta seu nome para ser novamente o gerente do comitê de negócios da burguesia em 2022 ancorado em uma frente ampla que vai do PCO, PSOL, passando pelo PT, PCdoB, PSB, Rede até o MDB, PSD e Cidadania...
Para o PCO o Lula de 2022 é o candidato dos trabalhadores contra Bolsonaro, não importando que o petista esteja costurando uma frente ampla com o centro e a direita burguesa para gerenciar o Estado sob as ordens do grande capital! Rui Pimenta “esqueceu” que em 2002 acusou Lula de ser o “presidente dos banqueiros”, mas agora ele seria o “presidente dos trabalhadores”.