terça-feira, 10 de agosto de 2021

RENTISTAS EM FESTA BILIONÁRIA: LUCRO DOS 4 MAIORES BANCOS SOBE 90% DURANTE A PANDEMIA

O lucro líquido trimestral dos maiores bancos brasileiros com ações negociadas em Bolsa somou R$ 23,161 bilhões no segundo trimestre de 2021. O resultado representa alta de 90% em relação ao mesmo período do ano passado, quando Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Santander lucraram R$ 12,164 bilhões. Na comparação com o primeiro trimestre de 2021 (R$ 18,609 bilhões), o ganho aumentou 24,5%. Em termos reais, ou seja, considerando a variação da inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o lucro recorde ainda é o do quarto trimestre de 2019 (R$ 23,650 bilhões).

No segundo trimestre de 2021, os maiores lucros dos grandes bancos brasileiros foram, pela ordem, do Itaú Unibanco, seguido por Bradesco, Banco do Brasil e Santander. Veja os números: Itaú Unibanco: R$ 7,56 bilhões Bradesco: R$ 5,974 bilhões Banco do Brasil: R$ 5,524 bilhões Santander: R$ 4,103 bilhões Veja abaixo os últimos lucros trimestrais somados dos bancos, em termos nominais: 2º trimestre de 2021: R$ 23,161 bilhões 1º trimestre de 2021: R$ 18,609 bilhões 4º trimestre de 2020: R$ 20,114 bilhões 3º trimestre de 2020: R$ 15,582 bilhões 2º trimestre de 2020: R$ 12,164.

Bradesco tem alta de 68,3% nos ganhos do primeiro semestre, Itaú 59,4% e Santander tem o maior lucro trimestral de sua história. O cartel dos grandes bancos no Brasil continua a afrontar à sociedade e a gerar indignação no povo brasileiro. O sistema financeiro, mesmo durante a mais grave crise sanitária e a recessão econômica do país, continua a ter vultosos crescimentos em seus lucros. 

O trabalhador sabem como o setor tem faturado bilhões: cobram os juros mais altos do planeta, a exploram e demitem bancários e desrespeitam clientes e usuários.

O Bradesco obteve Lucro Líquido Recorrente de R$ 12,834 bilhões, no primeiro semestre de 2021. A alta foi de 68,3% em relação ao mesmo período de 2020. Apesar de tanto faturamento, o segundo maior banco privado do país fechou 999 unidades físicas e extinguiu 9.425 postos de trabalho em doze meses. 

As dispensas foram feitas mesmo neste período de pandemia da Covid-19. Como as demais instituições financeiras, o banco descumpriu o acordo feito com a categoria de não dispensar trabalhadores.

Além dos lucros bilionários, os bancos receberam R$1,2 trilhão do governo Bolsonaro sem nenhuma contrapartida social. Este é o modelo econômico rentista incentivado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e dominado por banqueiros e especuladores.

O Itaú, maior banco privado do país, Lucrou R$12,941 bilhões no primeiro semestre deste ano. O crescimento no faturamento também chama a atenção ante a crise financeira, fruto da política recessiva do Ministro da Economia Paulo Guedes e agravada pela pandemia: 59,4% em relação ao mesmo período de 2020.

Como no caso do Bradesco, o grupo da família Setúbal também não valoriza os funcionários, dispensando trabalhadores, fechando agências e precarizando as condições de trabalho, com aumento da pressão e do assédio moral em função de metas cada vez mais absurdas e desumanas.

Aparentemente a holding contratou mais, abrindo 1.268 postos de trabalho em doze meses e 1.196 no trimestre. No entanto, um olhar mais apurado revela que o banco contrata mais trabalhadores na área TIs (Técnicos em Tecnologia da Informação), sem cobertura dos direitos da convenção coletiva dos bancários, com salários abaixo do piso da categoria e com condições de trabalho ainda mais precárias. 

As contratações estão relacionadas à incorporação, a partir do segundo trimestre de 2020, dos empregados da ZUP, uma empresa de tecnologia adquirida em outubro de 2019. O movimento sindical alerta que não houve a criação de novos postos de trabalhadores bancários, que estão sendo reduzidos e o banco fechou 114 agências físicas no Brasil, em doze meses.

A recessão econômica que quebra indústrias, fecha estabelecimentos comerciais e aflige os trabalhadores com 15 milhões de desempregados e 6 milhões de desalentados (brasileiros que já desistiram de procurar emprego), o maior da série histórica, não passou perto também dos donos do Santander. O banco teve um lucro líquido gerencial de R$ 4,171 bilhões no segundo trimestre de 2021. É o maior lucro trimestral do banco desde 2010. O resultado representa uma alta de 98,4% em relação ao mesmo período de 2020 e de 5,4% no trimestre. O lucro obtido nos primeiros seis meses pela unidade brasileira do banco representou 22,5% do lucro global do conglomerado espanhol, que foi de 4,205 bilhões de euros.

Demissões em massa, adoecimento de bancários por pressão e assédio moral em função de metas abusivas também fazem parte do cotidiano de exploração do banco, um padrão em todo o sistema financeiro que lucra como nunca nessa pandemia.