segunda-feira, 9 de agosto de 2021

LULA FARÁ “CARTA AOS BRASILEIROS” PARA ALTO COMANDO DAS FFAA: PT DECLARA RESPEITO INTEGRAL AO PRINCIPAL PILAR DE SUSTENTAÇÃO DO ESTADO CAPITALISTA

Lula está elaborando uma carta aberta na qual fará um aceno político ao alto-comanda das FFAA , cujos chefes que são submetidos e discipliandos diretamente ao Pentágono ianque. Como a Casa Branca já descartou a recondução de Bolsonaro ao Planalto, o candidato do PT deseja se aproximar do principal pilar de sustentação do regime político: as Forças Armadas. Lula tem tratado do tema com pessoas de sua estrita confiança, como os ex-ministros da Defesa Nelson Jobim e Celso Amorim. Ambos estão ajudando o ex-presidente na elaboração deste documento e também na construção de "pontes" junto aos comandos. Na carta aos militares, Lula pretende destacar o tratamento que deu ao segmento em seu governo, apontar investimentos que fez e salientar que as Forças Armadas são um organismo fundamental de sustentação do Estado burguês.

LEIA TAMBÉM: COM AVAL DO ALTO COMANDO DAS FFAA NO VOTO "MINERVA" DE TOFFOLI: LULA SAI DA PRISÃO E JÁ PREGA A CONCILIAÇÃO DE CLASSES EM UM FUTURO GOVERNO DA FRENTE POPULAR EM 2022

Uma frase de Lula sintetiza a negação de se apoiar na mobilização popular para questionar o regime político burguês e suas carcomidas instituições com as FFAA. Lula pontua, polemizando com Bolsonaro que “Não fomos nós que falamos em fechar o Congresso, muito menos o Supremo, com um cabo e um soldado. Em nossos governos, as Forças Armadas foram respeitadas e os chefes militares respeitaram as instituições, cumprindo estritamente o papel que a Constituição lhes reserva. Nenhum general deu murro na mesa nem esbravejou contra líderes políticos”. Como se observa trata-se de um chamado a recompor os laços com os militares golpistas e o parlamento corrupto que golpeou o PT e impôs as reformas neoliberais, em especial sinalizando para o “Centrão” com um novo governo de coalização.

Lula e o PT encobrem o verdadeiro papel das FFAA como principal sustentáculo do regime político, seja durante a ditadura militar seja em “plena democracia”. Os governos petistas foram apenas gestores do Estado burguês, um comitê dos negócios comuns da mesma classe reacionária que promoveu o golpe de 1964 e patrocinou o regime sanguinário. Sob o capitalismo, seja qual face expresse, o Estado não perde seu caráter ditatorial de classe.

Lula e Bolsonaro, apesar de suas abissais diferenças políticas, são duas peças da mesma engrenagem burguesa do Estado capitalista, são “peões” no complexo “tabuleiro de xadrez” das classes dominantes. Somente a utilização de um outro recurso para a burguesia, de um golpe militar desferido pelo alto comando das FFAA, descartaria por completo a opção de continuar jogando com os dos dois “peões” antagônicos, o fascista e o frentepopulista. Mas esta variante política extrema não está colocada neste momento, a situação da luta de classes ainda está sob controle justamente porque a burguesia nacional ainda pode contar com a “colaboração” de Bolsonaro e Lula, cada um à sua maneira e com pequenas fricções.

Lula “paz e amor” se coloca pessoalmente desde já a serviço desse programa de colaboração de classes. Ele afirma “Hoje me coloco à disposição do Brasil para contribuir nessa travessia para uma vida melhor, vida em plenitude, especialmente para os que não podem ser abandonados pelo caminho. Sem ódio nem rancor, que nada constroem, mas consciente de que o povo brasileiro quer retomar a construção de seu destino; de que temos de fazer juntos um Brasil soberano, democrático, justo, em que todos e todas tenham oportunidades iguais de crescer e sonhar”. 

Como Marxistas Leninistas pontuamos que Lula sempre foi uma liderança contrarrevolucionária, pregando políticas compensatórias para “suavizar” a crise capitalista que recai sobre as costas dos trabalhadores. Em suas duas gerências estatais, beneficiadas por um ciclo de expansão econômica mundial, tratou de induzir a acumulação de capital aos rentistas, enquanto distribuía para o proletariado as “migalhas” que sobravam no banquete financeiro da burguesia nacional. Quando a “festa” do mercado acabou e “estourou” a bolha de crédito internacional, a classe dominante tupiniquim deu as costas ao PT, patrocinou um golpe contra o governo da Frente Popular e encarcerou o próprio Lula, cretinamente em nome da “ética na política” brasileira.               

Lembremos que com o aval do alto comando das FFAA que avalizaram previamente o voto de minerva do arrivista Dias Toffoli no STF em 2019, Lula foi liberado do cárcere em que foi mantido 580 dias por uma sórdida sentença manipulada pelos bandidos da famigerada Lava Jato podendo agora retornar ao Planalto com o aval das Casa Branca que controla o alto-comando militar brasileiro.