BORIC TIRA A MÁSCARA: “EU REPRESENTO UM ESTADO, TODOS OS
HOMENS E MULHERES CHILENOS E NÃO APENAS A ESQUERDA”
Boric “tirou a máscara” como representante da nova esquerda burguesa servil ao grande capital em entrevista ao jornal argentino El Clarín. O Blog da LBI reproduz alguns trechos que começam com uma genuína declaração em favor da colaboração de classes: “Eu represento um estado, todos os homens e mulheres chilenos e não apenas a esquerda.” O social-democrata chileno, cuja vitória eleitoral foi cantada pela esquerda reformista como a “derrota do fascismo no Chile” (como se o verdadeiro fascismo no país andino não fosse representado pelo regime pinochetista que mantém-se em pé) representa a expressão concreta da nova orientação do imperialismo ianque para a América Latina, ou seja, empossar governos da Centro Esquerda burguesa para controlarem (enterrarem) com mais “consistência” as revoltas populares.
Neste roldão falsamente democratizante ingressou Boric no Chile, na Colômbia sairá o neofascista Ivan Duque para dar lugar ao reformista Gustavo Petro, que se juntará aos encurralados Arce na Bolívia e Pedro Castillo no Peru. Como ocorre na Bolívia, Argentina, Peru e México, estes governos estão sob chantagem direta das forças reacionárias, e seguindo à risca o “cardápio” imposto pela governança global do capital financeiro.
Neste
sentido são mais úteis aos monopólios financeiros imperialistas do que os
recalcitrantes gerentes da extrema direita.
De cara ele condenou Daniel Ortega e copiou a posição da Casa
Branca “No caso da Nicarágua houve uma eleição do meu ponto de vista, não
cumpre os padrões democráticos mínimos e acredito que deve ser dito sem meias
palavras. A maioria ou uma parte importante dos candidatos da oposição ao
regime foram presos ou perseguidos”.
Logo depois se comprometeu com o ajuste neoliberal “Na esquerda
temos que parar de pensar que responsabilidade fiscal é uma questão de direita.
A responsabilidade fiscal deve ser uma política de Estado porque é também o que
garante que se possa realizar os processos de reforma. No Chile temos que
apontar para a convergência fiscal. Que significa isso? Ter uma relação entre o
que produzimos e uma dívida que seja sustentável ao longo do tempo. Isso não é
uma política de direita, é uma política de Estado. Precisamos de um novo pacto
tributário no Chile. E ali convidei o mundo empresarial e também nosso governo
e nossas bases, não para abordar isso do ponto de vista de inimigos ou
adversários, mas para que o Chile possa crescer”.
Ao longo da entrevista ele soltou pérolas como “Estamos
interessados em promover maior investimento e maior colaboração também de uma
perspectiva privada” ou “Não podemos continuar a ter grupos baseados apenas na
afinidade ideológica temporária dos governantes da época. E o que me interessa
é fortalecer institucionalmente a voz da América Latina nos fóruns
internacionais”.
Com relação a Ucrânia ele se mostrou um verdadeiro soltada da OTAN: "Do meu ponto de vista, estamos diante de uma guerra de
agressão onde houve um retrocesso significativo no respeito aos tratados
internacionais e ao multilateralismo. O que não é aceitável. E por isso vai
nossa solidariedade com aqueles que foram invadidos. O povo ucraniano está a
sofrer os efeitos desta guerra inaceitável”.
Como podemos observar o Deep State ianque já se livrou inclusive do neofascista Trump, eliminar os periféricos Macri, Pineda, Duque e Bolsonaro é uma tarefa de “jardim de infância” para os “arquitetos” da CIA. É claro que esta operação de reciclagem política na “colônia latina” é realizada sob o manto do sufrágio universal e da suposta “vontade do povo” expressa nas urnas, no caso do Brasil as roubotrônicas mesmo...
A crise estrutural capitalista se agudiza no mundo inteiro,
a pandemia do Coronavírus não passa de uma tentativa de queimar parte do
excesso de super produção de mercadorias, otimizando o negócio trilionário das
vacinas da Big Pharma, entretanto gera na outra ponta da economia o desemprego,
inflação e fome.
A rebelião popular global está em um crescente desenvolvimento político, para contê-la não basta só a repressão policial e militar, é necessário convocar os coveiros da revolução para gerenciar a crise do Estado capitalista, é aí que entram em cena para o imperialismo os Boric e Lulas da vida...