INFLAÇÃO DO MÊS DE MARÇO FOI A MAIOR EM 28 ANOS NO BRASIL:
NOVA ORDEM MUNDIAL PÓS PANDEMIA REVELA COLAPSO ECONÔMICO NA PERIFERIA
CAPITALISTA
Impulsionado pelo mega-aumento nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, e também dos alimentos, promovido na economia periférica brasileira após a Nova Ordem Mundial pós pandêmica, com aval do governo Bolsonaro, a inflação oficial do país, que é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), avançou para 1,62% em março – a maior variação em 28 anos para o mês de março, desde 1994, segundo divulgou nesta sexta-feira (08/04) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o IPCA fechou em alta de 11,30%.
De acordo com o IBGE, oito dos nove grupos de produtos e
serviços pesquisados tiveram alta em março. Destaques para Transportes (alta de
3,02%) e Alimentação e bebidas ( alta de 2,42%). “Juntos, os dois grupos
contribuíram com cerca de 72% do IPCA de março”, destacou o instituto. No caso do grupo dos transportes,
a alta foi puxada, principalmente, pelo aumento nos preços dos combustíveis
(alta de 6,70%), com destaque para gasolina (alta de 6,95%). Tivemos um
reajuste de 18,77% no preço médio da gasolina vendida pela Petrobrás para as
distribuidoras, no dia 11 de março. Houve também altas nos preços do gás
veicular (5,29%), do etanol (3,02%) e do óleo diesel (13,65%).
Além dos combustíveis, outros componentes ajudam a explicar
a alta nesse grupo, como o transporte por aplicativo (7,98%) e o conserto de
automóvel (1,47%). Nos transportes públicos, tivemos também reajustes nas
passagens dos ônibus urbanos em Curitiba, São Luís, Recife e Belém.Em 12 meses,
os preços dos combustíveis acumulam alta de 27,89%, superando a inflação oficial:Óleo diesel (alta de
46,47%), Gasolina (alta de 27,48%),Etanol (alta de 24,59%),Gás de botijão de
cozinha (alta de 29,56%),Gás encanado (alta de 33,37%),Gás veicular (alta de 45,54%).
No grupo dos alimentos e bebidas, os preços dos alimentos
para consumo no domicílio fecharam em alta de 3,09% no mês. A maior
contribuição foi da cenoura (alta de 31,47%) e do tomate (alta de 27,22%). Também subiram os preços do leite
longa vida (9,34%), do óleo de soja (8,99%), das frutas (6,39%) e do pão
francês (2,97%).Foi uma alta disseminada nos preços. Vários alimentos sofreram
uma pressão inflacionária. Isso aconteceu por questões específicas de cada
alimento, principalmente fatores climáticos, mas também está relacionado ao
custo do frete. O aumento nos preços dos combustíveis acaba refletindo em
outros produtos da economia, entre eles, os alimentos.
O grupo habitação apresentou alta de 1,15% por conta do gás
de botijão (6,57%), cujos preços subiram devido ao reajuste de 16,06% no preço
médio de venda para as distribuidoras, em março. A alta de 1,08% da energia
elétrica também contribuiu para o resultado do grupo, principalmente por causa
dos reajustes de 15,58% e 17,30% nas tarifas de duas concessionárias de energia
no Rio de Janeiro. Em 12 meses, a energia elétrica acumula alta de 28, 52% –
resultado puxado pela bandeira tarifária
“escassez hídrica”, criada pelo governo Bolsonaro, que acrescenta R$ 14,20
na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Em março, ainda, também houve
aceleração nos preços dos grupos vestuário (alta de 1,82%) e saúde e cuidados
pessoais (alta de 0,88%). O único com queda foi comunicação, com queda 0,05%.
Os demais ficaram entre o 0,15% de educação e o 0,59% de despesas pessoais.
O fenômeno econômico da alta inflacionária não é um elemento exclusivamente nacional, faz parte do colapso generalizado do capitalismo, acentuado após a instauração da Nova Ordem Mundial pós pandemia, atingindo desde o centro imperialista até a periferia das semicolonias. Entretanto os países atrasados, dependentes do fluxo internacional do capital financeiro, são castigados com mais violência neste processo, principalmente sua população trabalhadora e mais pobre.