100 MORTOS EM UM ÚNICO DIA EM MIANMAR: MAS NÃO FOI À COVID,
E SIM A BRUTAL REPRESSÃO DOS MILITARES GENOCIDAS CONTRA A MOBILIZAÇÃO DAS
MASSAS QUE NÃO QUEREM “FICAR EM CASA” COMO MANDA A OMS...
Mais de 100 manifestantes perderam a vida durante os multitudinários protestos populares no último sábado (27/03), reprimidos brutalmente pelos militares genocidas, exatamente na mesma data que coincidiu com a celebração do “Dia das Forças Armadas” em Mianmar. A rebelião de massas contra o golpe militar abarca todo o país de forma politicamente sustentada, sem interrupção, sem ceder, nem parar um instante. Do outro lado, nos quartéis do governo, as Forças Armadas se agarram ao poder estatal que está se desmoronando diante do crescente da fúria popular.
Na capital, os chefes da junta participam no sábado de desfiles oficiais. Os generais têm diplomatas chineses do seu lado, país que não rejeitou o golpe de 1º de fevereiro, revelando assim o caráter capitalista da burocracia governante no gigante asiático.
Um jornalista independente em Yangon, principal cidade e antiga capital do país, concluiu que os golpistas mataram pelo menos 100 pessoas neste dia de comemorações em uniformes verdes. A Agência AFP fala de 107. É quase um terço do número total de mortes devido à repressão militar após o golpe em apenas um dia. Um único dia de festa e comemoração para os golpistas.De acordo com a ONG internacional chamada “Associação para Ajuda a Presos Políticos”, o número total de mortes devido à repressão militar subiu para 350 desde 1º de fevereiro.
Em Yangon, a fumaça dividiu os civis combatentes com paus e pedras dos uniformizados com sofisticadas armas de guerra. Por meio de filmagens alternativas se via o confronto entre rebelião e repressão. As pessoas se manifestaram em frente a uma delegacia de polícia com presos políticos na zona sul da cidade. Seis projéteis lançados mataram seis civis desarmados. Em Mandalay, o número da morte é de mais de uma dezena Hospitais trataram os feridos enquanto repressores matavam e marcharam “solenemente”.
A coragem e o destemor político das massas populares em Mianmar, se choca não só com a selvagem repressão estatal, mas também com a covardia da “esquerda lockdown”, que orienta a população a ficar em casa no modo de “isolamento social”, seguindo como cães domesticados as orientações da governança global do capital financeiro e seu braço “sanitário”, a OMS. É urgente construir uma nova direção para a classe operária em Mianmar, apresentando uma plataforma socialista de ação direta para derrotar os golpistas, impondo um governo dos trabalhadores, camponeses e do povo oprimido!