quinta-feira, 18 de março de 2021

EX-BOLSONARISTA MAJOR OLÍMPIO MORRE DE COVID: NÃO ERA UM DOS NOSSOS, NEM VIVO E TAMPOUCO MORTO. ÓBITO DO SENADOR ENCURRALA AINDA MAIS O GOVERNO NEOFASCISTA PARA SE DOBRAR AS IMPOSIÇÕES DA OMS

Natural de Presidente Venceslau (SP), o senador Sérgio Olímpio Gomes, ou simplesmente Major Olímpio, teve morte cerebral declarada nesta quinta-feira 18/03, vítima de complicações da Covid. O Major Olímpio foi eleito senador por São Paulo em 2018 pelo PSL, aproveitando a “onda Bolsonarista” que infestou o país, produto da completa desmoralização política do governo da Frente Popular. Olímpio iniciou sua carreira parlamentar no PV, como deputado estadual, passou depois ao PDT e Solidariedade onde ingressou no Congresso como deputado federal, e finalmente aportando no PSL conseguiu conquistar a vaga de Senador por São Paulo em 2018, “colando” sua campanha na imagem fascista de Jair Bolsonaro. Como oficial da PM paulista, Major Olímpio se notabilizou pela aguerrida defesa da repressão violenta do aparelho de segurança do Estado capitalista contra a população pobre e mais carente. Com esta “pauta” sindical, Olímpio liderou vários movimentos de extrema direita no interior da corporação assassina, sempre reivindicando melhores salários e equipamentos mais letais para a Polícia Militar de São Paulo. O senador era a favor de penas mais duras para a população, como a da morte para pretos e pobres. Porém no último período, rompeu com o presidente Bolsonaro, se aliando a ala do PSL que diz fazer oposição ao governo. Nesta sua “inflexão” política, Olímpio passou a ser cortejado pelo “Centro Civilizatório”, como a famiglia Marinho, e pela própria esquerda reformista, que ressaltava que o Senador era favorável aos protocolos e vacinas ditados pela OMS, Big Pharma e Forum de Davos, apesar de no último período da pandemia ter participado de atos públicos contra o lockdown em São Paulo.

 O PCdoB, um dos melhores representantes da esquerda reformista, e que agora está em campanha aberta pela construção de uma Frente Ampla de oposição a Bolsonaro, definiu assim o ultra-reacionário Senador: “Major Olímpio era respeitado pelos adversários pela firmeza de suas posições e defesa de seus ideais conservadores, embora fosse um debatedor respeitoso e um defensor das instituições democráticas”(site Vermelho, 18/03). Já o líder da operação no Senado Federal, o petista Jean Paul Prates (PT-RN), declarou que o senador Major Olimpio era seu vizinho de gabinete e um “homem que aprendeu a admirar, por mais que tivéssemos discordâncias políticas e ideológicas”. Prates destacou que o senador era “firme nas posições, afável no trato, inteligente no debate e sempre disposto a ouvir um argumento contrário”. Outra liderança da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues, lembrou em tuíte a “defesa que o Major fazia da CPI da Pandemia”. A aproximação política da oposição burguesa com o neofascista Major Olímpio andava a passos largos, mas teve que ser interrompida pela súbita morte do Senador, noticiada amplamente pela mídia corporativa como causada pela contração da Covid, ou no mínimo morto com o coronavírus, após o seu teste RT/PCR acusar positivo. 

Em seus últimos dias antes do diagnóstico e da internação no início de março em um hospital privado em São Paulo, Major Olímpio fez várias declarações em que defendeu a vacinação. Eleito pelo mesmo partido de Bolsonaro, ao qual se manteve, o senador, ao longo de seu mandato, foi se distanciando politicamente do governo. A postura midiática do presidente frente a pandemia, embora sem efetividade alguma, teria sido o estopim da crise e posterior ruptura. A famiglia Marinho, através dos seus veículos de comunicação passou a privilegiar as declarações e entrevistas com o Senador, que praticamente não saia da grade da Globo em quase todo o ano de 2020. Muito recentemente, Olímpio desagradou a famiglia, ao estimular manifestações contra o lockdown decretado pelo governador tucano João Dória, seu adversário político. Foi quando subitamente teria sido acometido de Covid, e na mesma sequência temporal começou a ser chamado de “negacionista” pelos novos “colegas” da oposição burguesa a Bolsonaro, que não admitem a realização de nenhum protesto de rua, ainda mais contra o fechamento econômico (Grande Reset). Como Marxistas, afirmamos sem nenhuma dose de demagogia: O Major Olímpio não era um dos nossos, nem em vida e tampouco morto! Era mais um inimigo de classe, um dos representantes do braço armado do Estado burguês, seja qual fosse seu alinhamento político conjuntural, de oposição ou de sustentação a este governo neofascista.