quarta-feira, 24 de março de 2021

MILHARES PRESENTES NO ATO DOS 45 ANOS DO GOLPE NA ARGENTINA: HONRAR A MEMÓRIA DOS NOSSOS MAIS DE 30 MIL MORTOS PELOS MILITARES GENOCIDAS! 

O dia 24 de março marca o 45º aniversário do golpe militar na Argentina, instituindo uma ditadura contra-revolucionária, cujo objetivo era o aniquilamento dos trabalhadores classistas e da vanguarda popular de esquerda que, potencialmente, colocava em xeque o domínio da classe capitalista e sua propriedade privada sobre os meios de produção. O golpe militar de março de 1976 foi a resposta da classe capitalista à ascensão operária e popular iniciada no Cordobazo em 1969. Desde a queda da ditadura em 1982, o regime político de dominação burguesa teve que adotar uma mascarada "democrática", tentou muitas e variadas políticas para reconstruir a "legitimidade" que as Forças Armadas perderam após a selvagem repressão contra o povo organizado e suas lideranças políticas de esquerda. O primeiro presidente civil, Raúl Alfonsín "julgou" a Junta Militar, mas depois cedeu com a devida obediência e o ponto final. O recém defunto, o peronista Menem, queria completar a tarefa e anistiou os genocidas. Porém, todas essas manobras foram insuficientes para atingir o objetivo que os diferentes regimes políticos da burguesia haviam proposto: "fechar a ferida" entre as Forças Armadas e o povo argentino.

As mobilizações contra os repressores, que foram muito fortes, foram o termômetro que indicou o fracasso dessa política de reconciliação. Consequentemente, quando o presidente deposto De La Rúa precisou dos militares para manter o estado de sítio em 2001, ele não pôde usá-los. Depois disso, os Kirchners desenvolveram a política mais sutil e eficiente: julgar os velhos hierarcas, que não estavam mais no comando das tropas, condenando apenas um ou dois por centro de detenção clandestino, a lavar a cara da instituição. A hipocrisia de sua política ficou clara quando Milani foi nomeado chefe de gabinete, acusado de ser um repressor e especialista em inteligência interna contra os trabalhadores e suas organizações. A lavagem facial promovida pelo kirchnerismo teve sua cereja no topo do bolo com a foto de Hebe Bonafini(madres)e Milani, sob o slogan: “são outras forças armadas”.  E como não bastasse, a "década ganha" deixou as forças federais (Gendarmeria, Prefeitura, etc.) cada vez mais equipadas e treinadas para a repressão, junto com a lei "antiterrorista", a pedido do imperialismo ianque.

Aproveitando o terreno preparado pelo governo CFK, o reacionário neoliberal Macri( governo anterior a Alberto Fernandez)tentou favorecer até os poucos soldados presos, mas esbarrou na massiva mobilização popular. Neste dia 24 de março, no 45º aniversário do golpe militar, as organizações kirchneristas de volta ao governo central, com o pretexto da pandemia (política do Fique em Casa, adotada pelo Morenismo, PSTU) suspenderam  qualquer mobilização para acomodar o discurso oficial de "virar a página".  Esta é a política do atual kirchnerista, lavar a cara das forças repressivas do capital para que possam reconquistar um certo prestígio perante os trabalhadores. 

O massivo ato realizado hoje na Praça de Maio, além de honrar com luta e ação direta a memória dos nossos mortos, representou um importante triunfo contra os que fazem a apologia do “Isolamento Social”, e do “Fique em casa” porque é muito perigoso se aglomerar com o povo nas ruas... Estes covardes revisionistas do PSTU(LIT) e assemelhados políticos, no Brasil todas as tendências do PSOL, foram convertidos na domesticada esquerda que segue as ordens da Big Pharma&OMS, não servem para instrumento da revolução socialista e muito menos para um sindicalismo combativo, já que nesta pandemia do terror sanitário se esconderam em frente a tela do computador e trancaram as portas.