segunda-feira, 8 de março de 2021

PARAGUAY: REBELIÃO CONTRA A INÚTIL QUARENTENA DA OMS

Por: Convergencia Socialista (Argentina) *

O governo paraguaio, liderado por “Marito” Abdo Benítez, tentou impor, como no resto da região: “Ficar em Casa”, argumentando que desta forma ganharia tempo para cercar o vírus e rapidamente equipar os hospitais com mais leitos terapêuticos, equipamentos e suprimentos estratégicos para as equipes médicas. Para o efeito, o Poder Executivo disponibilizou à Saúde Pública cerca de 514 milhões de dólares, dos 1, 6 bilhão do empréstimo contratado. (Periódico Última hora, Paraguai, 7 de março). O confinamento, que durou quase três meses, entrou em crise em meados do ano passado, quando os materiais hospitalares prometidos, que haviam sido entregues às empresas Imedic e Eurotec, não chegaram às instituições de saúde. Tudo acabou em um verdadeiro escândalo, assim que estourou a notícia de que o governo havia enviado um adiantamento milionário a essas empresas, pertencentes ao “clã Ferreira”, que nunca entregaram seus produtos.

Neste contexto, o "capitão do navio", como chamavam o ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, seguiu o mesmo caminho que o ex-ministro Ginés García, na Argentina, tendo que renunciar ao cargo. Desanimado pelo ex-colega de escola, o agora Presidente da República, Mario Abdo Benítez, e como forma de acalmar as águas turbulentas que ameaçavam derrubar seu barco, o capitão anunciou que estava deixando o Ministério da Saúde.

A oposição criticou duramente este personagem, acusando-o de conivência nas licitações, depois que a Comissão Especial de Fiscalização e Controle (CESC), chefiada por Arnaldo Giuzzio, (mesma fonte), detectou um grande número de irregularidades em inúmeros editais de licitação, para o ponto que pelo menos trinta compras públicas tiveram que ser canceladas ou adiadas. Os cidadãos mostraram mais uma vez o cansaço com os políticos, em especial o presidente Mario Abdo Benítez, em mais uma grande manifestação no centro da capital. Milhares de cidadãos autoconvocados voltaram a se reunir ontem nas proximidades do Congresso Nacional, exigindo o fim da corrupção e da má gestão governamental.

Houve também uma manifestação em frente à Associação Nacional Republicana (ANR), onde as pessoas realizaram um protesto pacífico e pediram "todos para irem embora", após o anúncio da mudança de quatro ministros.

O movimento de massas, que não se conformou com a saída do ministro da Saúde, exige agora a cabeça do presidente, com o  grito de “Fuera Marito”, sintonizando a mesma frequência política que seus irmãos da província argentina de Formosa,  que não casualmente está tão próxima deste país. Os slogans lidos entre os manifestantes, como "Unidos contra a corrupção", "Fora com todos os corruptos", são semelhantes aos levantados contra o senhor feudal (protegido por Cristina e Alberto), o governador Gildo Insfrán.

É cada vez mais claro que as políticas de quarentena ou confinamento social não só não conseguiram resolver os problemas de saúde para os quais foram impostas, mas também agravaram a saúde física e mental da maioria dos povos, condenando-os a todo tipo de privação econômica e social, que são a base fundamental para o desenvolvimento das pragas que assolam principalmente a classe trabalhadora e os setores mais pobres da sociedade.

Por isso, o eixo político das próximas mobilizações será o mesmo pautado no Paraguai e Formosa (Argentina), que vão da periferia ao centro, já que se instalarão rapidamente nas grandes cidades do Cone Sul, como Buenos Aires, provocando rebeliões. Esta tendência insurrecional questiona direta e efetivamente o Sistema Capitalista, que se encontra em seu momento de maior crise.

A política das organizações que se dizem revolucionárias não deve ser outra senão estimular essa dinâmica, colocando-se à sua frente e agitando slogans que propõem a retirada dos governos burgueses e a necessidade de substituí-los por outros, de uma sociedade operária, de natureza socialista. Nesse contexto, não existem campos capitalistas "progressistas", já que todos os setores estão no mesmo barco, liderado pela OMS e pelo imperialismo, que está afundando.

07 de Março de 2021 

* Convergencia Socialista - CS (Argentina) é uma corrente política que se reivindica trotskista de origem Morenista. Apesar das profundas diferenças políticas e programáticas que a LBI tem com a CS, decidimos publicar esse artigo específico porque no debate sobre a Pandemia da Covid-19 esse agrupamento argentino tem expressado posições corretas de denúncia da Big Pharma e dos governos burgueses, recorrendo a médicos e cientistas que se colocam no campo do Marxismo para denunciar o papel da OMS como uma agência imperialista a serviço do grande capital, assim como faz um importante alerta sobre o negócio trilionário dos grandes laboratórios, que envolve o mercado global das vacinas e a desastrosa política arbitrária do confinamento social que incrementa o terror sanitário, atancando as liberdades democráticas.