quarta-feira, 10 de março de 2021

EM DEFESA DE KEON LOACH: ENCLAVE SIONISTA E SEUS ALIADOS NA INGLATERRA ATACAM O CINEASTA ENGAJADO NA LUTA DO POVO PALESTINO CONTRA A OCUPAÇÃO ISRAELENSE

Ken Loach, diretor de “Terra e Liberdade” e outros filmes progressistas como “Eu, Daniel Blake” foi alvo recente de duras críticas do enclave sionista de Israel e seus aliados na Inglaterra após ligar criação de Israel a “limpeza étnica” contra os palestinos em entrevista. Um manifesto assinado por vários intelectuais, artistas e jornalistas em fevereiro de 2021 saiu em sua defesa, onde declaram “Estamos profundamente preocupados em saber de uma campanha macartista exigindo que a Universidade de Oxford cancelasse um evento público com o diretor Ken Loach discutindo sua notável carreira no cinema. A campanha para silenciar um artista de renome mundial, que esteve ativo nos bastidores e que se tornou público no último minuto, está usando a controversa definição de anti-semitismo do IHRA para tentar evitar que um evento cultural ocorra. Se alguma evidência adicional fosse necessária para demonstrar como uma definição vagamente formulada está sendo implantada para silenciar os críticos da política israelense em relação aos palestinos”.  

Esses movimentos são parte de uma tentativa mais ampla em todo o Reino Unido e no exterior de usar o IHRA (Aliança Internacional para a Memória do Holocausto) para silenciar a discussão do papel histórico bem documentado da Grã-Bretanha na limpeza étnica da Palestina, bem como seu apoio contínuo ao apartheid israelense, ocupação e colonização colonial. Com uma obra inteiramente ligada a questões político-sociais, Loach é uma voz dissonante no discurso sobre a realidade dos países que compõem o Reino Unido. Ele retrata a classe trabalhadora e todas as dificuldades que ela enfrenta no cotidiano de países centrais do capitalismo, abordando temas como imigração ilegal e exploração de trabalhadores.

O manifesto ainda declara “Estamos alarmados que os alunos do Wadham College e do St. Peter's College, Oxford condenaram o pioneiro cineasta anti-racista Ken Loach ao aplicar a desacreditada e discriminatória definição de anti-semitismo da IHRA a citações que eles tiraram do contexto e que Loach esclareceu de forma abrangente”.

Lembremos que em 2018, após Loach ser nomeado Doutor Honoris Causa da Universidade Livre de Bruxelas (ULB) houve protestos de universitários e da comunidade israelense da Bélgica, que o acusam de “antissemitismo” e "negacionismo". O então primeiro-ministro belga, Charles Michel, alimentou a polêmica durante uma visita à Grande Sinagoga de Bruxelas ao lamentar, em nome do combate ao antissemitismo, as honras concedidas ao cineasta. “Nossa firmeza deve ser total. Não se pode tolerar nenhum acordo com o antissemitismo”. 

Agora foram vários jornais israelsenes que atacaram o cineasta. A origem da polêmica está nas declarações de Ken Loach em uma entrevista concedida em setembro de 2017 à BBC. Ao ser perguntado sobre se negar o Holocausto era aceitável, o diretor, muito comprometido com a esquerda, respondeu: “Toda a história é um patrimônio comum para discutir e analisar. A fundação do Estado de Israel, por exemplo, baseada na limpeza étnica, está aí para debatermos sobre ela”.

Desde o Blog da LBI estamos solidários a Ken Loach mesmo não tendo concordância integral com suas posições políticas como seu apoio eleitoral a Jeremy Corbyn nas últimas eleições britânicas, mas nossa defesa do cineasta se faz ainda mais necessário quando somos defensores da destruição do enclave sionista, criada a partir da ocupação das terras palestinas e do genocídio de seu povo! Os palestinos há muito alertam que o IHRA suprime seu direito de falar livremente sobre sua experiência de ocupação israelense. 

Somente a construção do partido revolucionário poderá dirigir o proletariado e as massas palestinas e árabes ao triunfo da luta pela destruição do enclave nazi-sionista de Israel e o estabelecimento de uma Palestina Soviética baseada em conselhos de operários e camponeses palestinos e hebreus.