CERCO “MADE IN USA” CONTRA A CHINA: TAIWAN INICIA PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE MÍSSEIS DE LONGO ALCANCE COM O PATROCÍNIO DO PENTÁGONO
Nesta quinta-feira (25.03), Taiwan anunciou início da produção em escala industrial de mísseis de longo alcance e o desenvolvimento de três novos modelos, disse o ministro da Defesa da ilha, Chiu Kuo-cheng. A prioridade da presidenta do enclave, Tsai Ing-wen, uma fantoche do imperialismo ianque, é desenvolver mísseis ofensivos. “Esperamos que sejam [mísseis] de longo alcance, com alta precisão e mobilidade” afirmou ela. Os EUA, principais fornecedores estrangeiros de armas de Taipé, trabalham para fortalecer o potencial militar da ilha para conter a China, em projeto conhecido no Pentágono como “Fortaleza Taiwan”. Por não ser membro das Nações Unidas, Taiwan não participa dos principais tratados de não proliferação de armas nucleares e de tecnologia de mísseis. As tensões entre Pequim e Washington reacenderam nos últimos meses também devido a Taiwan, após a administração Biden intensificar cooperação com o enclave imperialista, considerada pela China parte de seu território.
Para justificar esse ajuda militar, cinicamente o almirante John Aquilino, que foi escolhido para liderar o Pentágono na região do Indo-Pacífico, afirmou que a China considera Taiwan sua "prioridade nº 1", em discurso no Comitê de Serviços Armados do Senado norte-americano. “A minha opinião é que este problema está mais próximo do que muitos de nós pensamos, e nós temos de avançar”, apontou o almirante. Aquilino acredita que, para conter a “ameaça chinesa”, os EUA necessitam executar um plano de US$ 27 bilhões (cerca de R$ 148,7 bilhões) para reforçar as defesas norte-americanas na região em um futuro próximo e com urgência. “O Partido Comunista chinês tem gerado algumas capacidades na região que são destinadas a nos manter fora [...]. A questão mais perigosa é [a existência] de uma força militar contra Taiwan", declarou Aquilino, citado pelo The Guardian.
O almirante, que
comanda a frota americana no Pacífico, sublinhou que existem duas principais
preocupações caso a China venha, de fato, a invadir Taiwan. Em primeiro lugar,
poderá ameaçar o comércio global, visto que muitos bens passam pela ilha. Por
outro lado, colocaria em causa a credibilidade dos EUA diante de seus aliados
asiáticos, tais como Japão, Coreia do Sul e Filipinas.
A China havia recentemente enviado bombardeiros H-6, aviões
de alerta e controle aéreo KJ-500 e caças J-11 à região próxima de Taiwan, além
de navios de guerra. Por sua vez, a Marinha dos EUA respondeu no Twitter,
mencionando os dois porta-aviões enviados à região para exercícios militares.
Pequim tem um amplo leque de armas contra porta-aviões e que o mar do Sul da
China está sob o alcance do Exército de Libertação Popular.
Washington enviou recentemente os dois porta-aviões para
participar de exercícios planejados que coincidem com as manobras da China
realizadas nas imediações das ilhas Paracel, que são reivindicadas por Pequim.
Como se não bastasse, Pentágono decidiu transferir um bombardeiro estratégico
B-52H para a Base Aérea de Andersen, na ilha de Guam, no oceano Pacífico.
O atual ritmo da restauração do capitalismo na China não interessa aos EUA, por isso procuram de todas as formas debilitar a China. Foi assim em 1996, quando os EUA deslocaram porta-aviões, submarinos nucleares e navios de guerra para as proximidades da costa chinesa, a fim de "proteger" o enclave imperialista de Taiwan; em 1999 a OTAN bombardeou "por engano" a embaixada chinesa em Belgrado; em 1º de abril de 2001, um avião de espionagem norte-americano chocou-se com um caça chinês sobre o Mar da China Meridional.
Apesar da restauração capitalista, o que proporcionou a
China a criação de um dos maiores mercados do mundo, parte das conquistas do
proletariado ainda estão de pé e sob ameaça da ofensiva imperialista. É
exatamente neste ponto que se concentram todo o ódio da burguesia ianque contra
a China, não podem admitir que um país recém-convertido à economia “livre” de
mercado, mantenha conquistas operárias que devem ser eliminadas pelo “ajuste
financeiro” global que promovem contra os povos.
Mantém-se plenamente vigente o prognóstico do Programa de Transição, apontando que os bolcheviques-leninistas devem combinar a luta pela revolução socialista nos ex-Estados operários com as tarefas pendentes da luta política em defesa das conquistas ainda existentes.
As constantes provocações contra o Estado nacional chinês cumprem, em última instancia, o objetivo de acabar com qualquer possibilidade de que algum regime ao redor do planeta se oponha ainda que minimamente ao “american way life”, como são os casos específicos da Coreia do Norte e Irã.
Somente a revolução proletária, encabeçada por um autêntico partido revolucionário poderá retomar o controle para si da economia planificada na China e o controle do Estado por parte dos trabalhadores e enfrentar frontalmente a barbárie imperialista rumo à construção do socialismo.