terça-feira, 29 de junho de 2021

“CENTRO CIVILIZATÓRIO” BURGUÊS  CONTRA O VOTO IMPRESSO: PARTIDOS DE DIREITA, CENTRO E ESQUERDA DECLARAM CONFIANÇA NA URNA ELETRÔNICA E SÃO CONTRÁRIOS A RECONTAGEM FÍSICA NAS ELEIÇÕES 

Presidentes de 11 partidos se reuniram e decidiram contra o voto impresso, pauta discutida no Congresso por pressão de Bolsonaro. Entre os presidentes partidários que se colocaram contra o voto impresso, estão aliados do governo, como Ciro Nogueira (PP), Marcos Pereira (Republicanos) e Valdemar Costa Neto (PL). Além destes, estavam presentes Luciano Bivar (PSL), ACM Neto (DEM), Baleia Rossi (MDB), Gilberto Kassab (PSD), Paulinho da Força (Solidariedade), Bruno Araújo (PSDB), Luís Tibé (Avante) e Roberto Freire (Cidadania). Trata-se de um acordo do chamando Centro Civilizatório”, ou seja, a velha direita neoliberal e pró-imperialista, articulada pelo PSDB, DEM, MDB, setores do Centrão e a esquerda domesticada... hoje apologista da grande farsa da pandemia do terror sanitário e isolamento social do proletariado, promovida pela OMS e Big Pharma sob as ordens da governança global do capital financeiro. 

Os porta-vozes do grupo foram ACM e Kassad. “O principal objetivo é mandar um recado claro de que esses partidos são contra mudanças no sistema eleitoral. Vamos trabalhar junto ao Congresso para que não haja alteração. Uma mudança pode colocar em xeque todo o sistema eleitoral brasileiro e também nossa democracia. Imagina a instabilidade que o Brasil pode viver com vários pedidos de recontagem. Nosso sistema eleitoral é um dos mais confiáveis do mundo, não tem porque mexer”, disse ACM ao Jornal O Globo. 

Trata-se de enterrar o “sonho” de Bolsonaro de ter o voto impresso nas eleições presidenciais de 2022, cuja ordem partiu diretamente da Casa Branca e do Deep State. A decisão de 11 partidos de atuarem unidos contra o voto impresso contou com atuação do ministro do STF Alexandre de Moraes nos bastidores, o tucano diretamente ligado ao departamento de estado ianque.

Os ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atuaram para demover os partidos da ideia de aprovar o voto impresso. O principal argumento dos partidos para a decisão é evitar o risco de uma onda de questionamentos dos resultados eleitorais a partir do ano que vem, travando o Judiciário e as comarcas locais. 

Na segunda-feira (21), durante jantar, ele afirmou a Bruno Araújo (PSDB), Paulinho da Força (Solidariedade), Baleia Rossi (MDB) e Orlando Silva (PCdoB) que seria melhor que a questão não chegasse ao STF, pois isso geraria mais desgaste entre a corte e Jair Bolsonaro, que defende o voto impresso.

A eventual aprovação da PEC do voto impresso no Congresso dificilmente deixaria de ser judicializada, obrigando o STF a se manifestar. Com o sucesso do esvaziamento da pauta, articulado por Moraes, ela não chegaria à corte. Na opinião de Moraes, que será o presidente do TSE nas eleições de 2022, o voto impresso não contribui para a "consolidar a democracia".

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, explicou ao G1 porque os presidentes de 11 partidos de centro decidiram fazer campanha contra o voto impresso. Segundo Kassab, a discussão para a implementação de uma urna que imprima o voto “faz parte de todo um processo de questionamento da apuração das eleições em 2022”.

Ele disse ainda que os líderes dos partidos de centro irão “trabalhar pra que aqueles que, eventualmente, venham a estar armando pra questionar as eleições pra criar tumulto não sejam bem-sucedidos nos seus objetivos.” Por fim, ele chamou o projeto de “medida absurda” e defendeu a integridade e a confiança das urnas eletrônicas.

Além dos 11 partidos de centro, PT e PSOL também já se manifestaram contra o projeto do voto impresso. O PCdoB ainda não se manifestou claramente, mas Manuela D`Ávila, que foi candidata a presidência da república pelo partido em 2018 (antes de se integrar a chapa do PT), deu declarações fortes contra o voto impressso em entrevistas, sinalizando o que deve ser a posição da legenda. O PSB aparentemente está dividido. Dentro do campo da oposição progressista, apenas o PDT é voz favorável ao voto impresso.

Para os Marxistas Revolucionários, a fraude eleitoral não nasceu com a urna eletrônica nem tampouco com as pesquisas eleitorais, é um produto histórico inerente a própria democracia burguesa. Lênin há mais de um século, estudou os mecanismos do processo eleitoral, no marco da ditadura capitalista, concluindo que seus resultados expressam sempre a forma distorcida da vontade popular. Passadas várias décadas e distintas etapas da correlação de forças da luta de classes, podemos afirmar que hoje o processo político da fraude no interior das eleições representativas não só foi ampliado como tornou-se um sofisticado mecanismo da “indústria” eleitoral. Isto significa que as distorções políticas próprias da democracia burguesa, como o peso econômico dos candidatos ou o apoio que recebem da imprensa capitalista, agora são potenciados pela manipulação direta do voto popular. 

VEJA: ENTREVISTA DO GOLPISTA KASSAD (PSD) A REDE GLOBO, PORTA VOZ DO "CENTRO CIVILIZATÓRIO"