NA VÉSPERA DA REUNIÃO DE CÚPULA COM PUTIN: BIDEN ORDENA QUE
BOMBARDEIROS NUCLEARES B-52 SOBREVOEM A EUROPA
A embaixada de Moscou em Washington advertiu que a presença de bombardeiros estratégicos B-52 com capacidade nuclear nos exercícios da OTAN em curso na Europa é uma escalada séria e impacta de forma negativa a próxima cúpula entre os presidentes Vladimir Putin e Joe Biden, marcada para Genebra na Suíça. A representação diplomática russa classificou como “uma provocação” as manobras com os bombardeiros B-52H Stratofortress, que sobrevoaram o Mar Báltico e, portanto, se aproximaram das fronteiras da Rússia várias vezes no curso desta semana (de 07 a 10/06).O B-52, que no auge da Guerra Fria chegou a ser o principal esteio para um plano de ataque nuclear norte-americano à então União Soviética, tornou-se o símbolo da chamada ‘destruição [nuclear] mutuamente assegurada.
Moscou já havia denunciado a revoada dos B-52 por 30 países europeus, inclusive cinco que fazem fronteira com a Rússia em 31 de maio.Nos últimos meses, todos os três bombardeios estratégicos com capacidade nuclear dos EUA, o B-1, o B-2 e o B-52, têm sobrevoado a Europa em clara tentativa de intimidação.No comunicado, os diplomatas russos condenaram tais manobras por alimentarem “as tensões na Europa”. A cúpula, proposta pela Casa Branca, foi apresentada como parte dos esforços para alcançar supostamente “uma relação estável e previsível com a Rússia, consistente com os interesses dos EUA”. Porém parece que as intenções do imperialismo ianque apontam em outra direção.
O general Jeff Harrigian, do Comando Aéreo Aliado da OTAN e da Força Aérea dos Estados Unidos, defendeu a revoada, dizendo que “a segurança de nossos aliados bálticos e nórdicos é uma prioridade duradoura”. O programa de exercícios, disse ele, “é fundamental para garantir que sempre possamos viver de acordo com o mais alto padrão de suporte”.
Essas provocações não têm se limitado ao teatro europeu.Na última quinta-feira (10/06) um caça russo Su-35 detectou e escoltou uma aeronave de reconhecimento estratégico RC-135 norte-americana sobre o oceano Pacífico, comunicou o Distrito Militar Oriental da Rússia.Depois que o avião militar estrangeiro se afastou da fronteira da Rússia, “o caça russo voltou com segurança para sua base”, acrescenta o comunicado. No Mar Báltico e no Mar Negro, isso tem acontecido ainda com maior freqüência. Os EUA procuram com sua nova gerência Democrata, isolar ao máximo a Rússia, único país do planeta que pode apresentar um contra-ponto militar a poderosa capacidade bélica do imperialismo ianque. Por isso a reunião de cúpula entre Biden e Putin deve se encerrar com um rotundo fiasco político.