ASTRAZENECA, COVAXIN, PFIZER: GRANDES LABORATÓRIOS PAGARAM COMISSÕES MILIONÁRIAS ("PROPINA") AO GOVERNO BOLSONARO, ASSIM COMO FIZERAM COM LULA, FHC, SARNEY... E TODOS OS GERENTES DA REPÚBLICA BURGUESA
Representante da empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira disse à Folha de S. Paulo que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, indicado pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR), pediu propina durante negociação de 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca. Chama muita atenção na atual conjuntura nacional pré-eleitoral, que as chamadas "propinas", tão demonizadas pela mídia "murdochiana" contra o PT, foram agora recebidas de forma escancarada pelo próprio governo Bolsonaro. Como Lula, o neofascista “não sabia de nada”!
Segundo a reportagem da jornalista Constança Rezende, da Folha de S. Paulo, o representante de uma vendedora de vacinas afirmou em entrevista à Folha que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde. "Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, disse que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, cobrou a propina em um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, região central da capital federal, no dia 25 de fevereiro", diz a reportagem. Segundo a Folha, Roberto Dias foi indicado ao cargo pelo líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Sua nomeação ocorreu em 8 de janeiro de 2019, na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM).
As tão decantadas "propinas" para a definição dos Marxistas não passam de comissões (corretagem) que envolvem qualquer transação comercial ou financeira no regime capitalista, seja esta transação realizada na esfera estatal mais ampla ou não.
As comissões ("propinas") pagas a gestores públicos ou privados são portanto uma engrenagem intrínseca ao modo de reprodução e circulação do capital e nada tem de "imorais", sendo uma forma de pagamento por serviços prestados que auferiram lucros aos capitalistas.
Estas "propinas", embora ilegais no regime jurídico brasileiro (ao contrário de vários países imperialistas que normatizaram o recebimento de comissões por parte de gestores públicos ou políticos institucionais) podem ser pagas de várias formas desde o numerário cambial (cash) até mesmo o recebimento de cargos na própria estrutura do Estado burguês, sempre lembrando que o objetivo final do pagamento das comissões será o atendimento de interesses financeiros das grandes corporações capitalistas ou mesmo empresas de menor porte no mercado.
A empresa Davati tentava negociar com o Ministério da Saúde 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca, apresentando uma proposta de US$ 3,5 por unidade (depois disso passou a US$ 15,5). "O caminho do que aconteceu nesses bastidores com o Roberto Dias foi uma coisa muito tenebrosa, muito asquerosa', disse Dominguetti", diz a Folha de S. Paulo.
Todo esse escândalo em torno da pandemia da Covid e das vacinas da Big Pharma aponta, como já nos ensinava Marx e Engels no Manifesto Comunista, em uma lição que nunca esteve tão correta e vigente como nos dias atuais: “A burguesia, desde o estabelecimento da indústria moderna e do mercado mundial, conquistou finalmente a soberania política no Estado representativo moderno. O Governo do Estado moderno nada mais é do que um comitê para gerir os negócios comuns de toda a burguesia”.
É assim no governo Bolsonaro, foi assim nas gerências burguesas de Lula, Temer, Dilma, FHC, Itamar, Collor, Sarney e na ditadura militar, um processo de corrupção estrutural do modo de produção capitalista e seu Estado que vem desde o ínício da República Burguesa no Brasil.