LOCKDOWNS INÚTEIS AFUNDAM SETOR DE SERVIÇOS NO BRASIL: O ISOLAMENTO SOCIAL NÃO SERVE PARA “DEFENDER A VIDA”, É UM INSTRUMENTO DO CAPITAL FINANCEIRO PARA ARRASAR A ECONOMIA NACIONAL
O setor de serviços, que corresponde a 73% do PIB, retraiu cerca de 1,0% no primeiro trimestre deste ano. A variação positiva de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano em relação ao último trimestre do ano passado pode até ser comemorada estatisticamente, mas não significa que a economia do Brasil está em trajetória de recuperação ou crescimento. Com a economia destroçada, o desemprego recorde, os setores que de fato contribuem com a evolução do mercado doméstico continuam operando no negativo. Com peso de 73% na formação do PIB, o setor de serviços está longe de se recuperar: na comparação com o primeiro trimestre de 2020 retraiu 1,0% e teve uma variação quase nula de 0,4% no primeiro trimestre deste ano sobre o trimestre imediatamente anterior.
Embora tenha saído de uma queda de 10,2% no segundo
trimestre de 2020, no primeiro trimestre do ano passado a economia já havia
sentido os primeiros efeitos da crise econômica gerada pelos bloqueios impostos
pela pandemia e os serviços já haviam se retraído em 0,7% com relação a 2019,
ou seja, caíram no 1º trimestre de 2021 na comparação com um período que já era
de queda. Esse setor depende fundamentalmente da interação entre as pessoas e
por isso, sua recuperação é algo absolutamente incerto, ficando refém das
“eternas ondas” da pandemia.
A crise sanitária só agravou o quadro de um setor que já
vinha estagnado. Com as atividades não essenciais suspensas durante a pandemia,
o setor de serviços encontrou grande dificuldade no acesso ao crédito, que foi
“empoçado” pelos bancos. Ou seja o capital financeiro é o grande beneficiado
dos lockdowns.
Os componentes do setor de serviços com maior participação
no PIB, que necessitam da interação social das pessoas, ainda estão bastante
deprimidos: o componente de outros serviços (hotelaria, bares, restaurantes,
serviços prestados as famílias) embora esteja bem melhor do que a queda de
20,8% registrada no segundo trimestre de 2020, ainda segue em queda de 7,3% com
relação ao 1º trimestre de 2020.
A série do PIB trimestral divulgada pelo IBGE, mostra que,
no primeiro trimestre, a economia, embora tendo voltado a crescer após a
recessão de 2014-16, tem um valor bem inferior ao primeiro trimestre de 2014 e
pouco acima do de 2019. Não foi só no PIB do primeiro trimestre que o resultado
dos serviços foi desastroso. Em março deste ano, segundo a pesquisa mensal de
Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume do
setor caiu 4% ante fevereiro.De acordo com dados do IBGE, o desemprego no país
atingiu em abril nível recorde: 14,8 milhões de desempregados entre 33 milhões
que estão no subemprego e desalentados.
Uma recuperação econômica que gera emprego, tem de passar
necessariamente por uma recuperação do setor de serviços e da indústria. Mas,
sobretudo, serviços. O setor de serviços realmente emprega um enorme tecido
social e tem uma forte intensidade na economia capitalista. Os bloqueios
econômicos e sociais não impedem a circulação do vírus, já que os seres humanos
não podem deixar de respirar, tampouco servem para “defender vidas”, já que é
cientificamente comprovado que o Confinamento Social diminuiu as defesas do
sistema imunológico da população, aumentando desta forma a carga viral existem
na sociedade. O Lockdown serve única e exclusivamente ao Grande Reset da
economia capitalista, impulsionado pelos organismos do capital financeiro, como
o FMI, Fórum de Davos, Banco Mundial e Big Pharma.