quinta-feira, 17 de junho de 2021

OEA PREPARA UM GOLPE CONTRA O GOVERNO SANDINISTA DA NICARÁGUA: DEMOCRATA BIDEN DEU SINAL VERDE PARA A DERRUBADA DE ORTEGA

A Organização dos Estados Americanos (OEA), que liderou golpes em vários países latino-americanos, com a participação aberta do seu reacionário Secretário-Geral Luis Almagro, agora tenta aplicar a chamada “Carta Democrática” à Nicarágua, em uma resposta desesperada à revelação nos EUA de uma série de documentos sobre as reais implicações de Washington na sangrenta tentativa de golpe militar ocorrida de 2018, durante o governo da Frente Sandinista. Neste momento, o governo do Democrata Joe Biden, que continua a política imperial de seu antecessor Donald Trump, na América Latina e no mundo permanece aplicando sanções contra Cuba, Venezuela e Nicarágua, que resultam em uma gravíssima violação dos direitos dos povos e dos direitos humanos que devem ser cumpridos em nível universal, agravado pelo flagelo econômico da pandemia que assola a humanidade.

O golpismo da OEA, um mero apêndice do Departamento de Estado ianque, põe em evidência quem são os inimigos da humanidade, como os países imperialistas que acumularam capital sob a exploração dos povos. Os EUA estão entrincheirados atrás de suas fronteiras e continua com sua política de guerras coloniais, de ingerência política, econômica e militar, especialmente em seu projeto de recolonização da América Latina e do Caribe. Em um momento histórico em que, devido ao surgimento de outra potência capitalista mundial como a China, os Estados Unidos e seus principais parceiros Israel, Grã-Bretanha e os governos colonizados da Europa, querem assumir o velho protagonismo de intervenções militares contra países soberanos.

No momento a Nicarágua é um alvo direto da Casa Branca, tanto pelo que significou desafiar o governo de Daniel Ortega, eleito pelo povo nicaraguense, com mais de 70 por cento dos votos, nas últimas eleições desde que o FSLN voltou ao governo em 2007. Em 2018 introduziram no país o “modelo das guarimbas” contra-revolucionárias e criminosas que se passaram na Venezuela. Foram supostas manifestações estudantis, como tela para os mercenários que mataram dezenas de policiais sandinistas e a população civil em confrontos. O governo Ortega foi alertado por seus organismos de segurança sobre outra tentativa de golpe para ativar sua derrubada, por meio da mobilização de forças de direita ligadas aos EUA reorganizadas para o período eleitoral que se aproxima. A mídia corporativa internacional lançou uma campanha onde acusa o presidente Ortega de mandar prender os principais candidatos da oposição, além é claro de qualificá-lo como “negacionista” em virtude de suas posições críticas a utilização do Isolamento Social e lockdown.

No momento, quem representa o principal ponto de apoio dos EUA no país é a “Fundação Violeta Chamorro para Reconciliação e Democracia", que é fundamental para o apoio financeiro, técnico e logístico maciço de Washington à oposição pró-imperialista da Nicarágua, agindo como o que a CIA chama um “ponto de passagem”, uma organização terceirizada que atua como um canal aparentemente independente para fornecer financiamento do governo dos EUA para a mídia de oposição e partidos políticos.

O atual governo Sandinista, está muito longe de representar o fio histórico de continuidade programática da heróica revolução socialista de 79. O atual modelo “capitalista de esquerda” levado a cabo por Ortega, é muito semelhante ao Chavismo venezuelano, oscila entre o nacionalismo burguês e o neoliberalismo. Entretanto para os Marxistas Leninistas, que não apoiam politicamente o governo nicaraguense, há um diferença fundamental entre combater politicamente o sandinismo sob a ótica da classe operária, e aliar-se a oposição burguesa da direita pró-imperialista. Denunciar as ingerências golpistas do imperialismo ianque seja nas suas versões “Democratas ou Republicanas”, é uma questão de princípio para os Revolucionários, entretanto no afã da esquerda reformista em se integrar a Nova Ordem Mundial, a fez passar para o campo ideológico do “Imperialismo Civilizatório”, comandado pelo genocida Joe Binden. Por isso os reformistas se integraram a campanha para derrubar Daniel Ortega pelas mãos da OEA/CIA.