terça-feira, 29 de junho de 2021

GLOBO APOIA “SUPER-PEDIDO” DE IMPEACHMENT: MERVAL PEREIRA, O ESCRIBA DA FAMIGLIA MARINHO, ADERE A “FRENTE AMPLA” UNINDO MBL, JOICE HALSEMMAN, ALEXANDRE FROTA ATÉ... PT, PSOL, PSTU E PCO!

“As provas de que houve manobras irregulares e corruptas na compra dessas vacinas estão ficando evidentes e deixam muito complicada a situação de Bolsonaro A linha do tempo dessa história tem fatos inacreditáveis. Uma semana depois da denúncia feita pelo deputado Luis Miranda à presidência, a mulher de Ricardo Barros ganhou um cargo no conselho de Itaipu, com salário de R$ 27 mil para uma reunião a cada dois meses. Bolsonaro não mandou investigar as denúncias e Barros foi mantido como líder do governo, o que é a maior prova de que ele tinha toda a confiança do presidente", escreve o jornalista Merval Pereira, do Globo, em sua coluna no Jornal O Globo.

O “imortal” escriba da Família Marinho, porta voz das Organizações Globo, ainda declarou “O motivo para o impeachment de Bolsonaro, que era ideológico, discutível, hoje é corrupção, roubo. Portanto, a atitude de Randolfe vale como posicionamento. Mas ainda há um caminho muito grande para se descobrir a corrupção dentro do governo Bolsonaro, que tem também o caso das madeireiras com o ex-ministro Ricardo Salles”.

Merval não fez essas declarações por acaso. Ontem, Senadores denunciaram Bolsonaro ao STF apontando indícios claros do crime de prevaricação. O pedido foi apresentado pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO), a partir do caso Covaxin.

O trio relata no pedido que Bolsonaro foi informado pelo deputado Luís Miranda (DEM-DF) e pelo irmão Luís Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, no dia 20 de março que havia indícios de irregularidades na aquisição de 20 milhões de doses da Covaxin ao custo de 1,6 bilhão de reais. Os dois afirmaram isso em depoimento à CPI na sexta-feira passada.

Entretanto, segundo os autores do pedido, o presidente não atuou para averiguar as suspeitas de irregularidades. Bolsonaro teria dito, segundo o deputado relatou à comissão de inquérito, que iria pedir uma investigação ao chefe da Polícia Federal. Contudo, isso não teria ocorrido, conforme os autores do pedido ao STF. "O presidente não pode guardar para si informação tão relevante a ponto de apurar indícios de corrupção que remontam a cifra bilionária no bojo de uma pandemia com consequências sanitárias e socioeconômicas tão graves", disseram os senadores. "Tinha ele o dever inafastável de oferecer os indícios de que dispunha à autoridade competente, para as apurações mais detalhadas", emendaram.

Para os parlamentares, Bolsonaro, "efetiva e deliberadamente, optou por não investigar o suposto esquema de corrupção levado a seu conhecimento pelo deputado federal Luis Miranda e por seu irmão". Destacaram ainda que a motivação de ele ter agido dessa forma não importa para a tipificação penal. "Dessa forma, qualquer que seja o cenário, a conclusão é uníssona: ao que tudo indica, há grandes chances de o sr. presidente da República ter cometido o crime de prevaricação - ao não levar a efeito o embrião da responsabilização criminal dos supostos atores criminosos no bojo da contratação da vacina Covaxin", disse o pedido, que foi distribuído para a ministra Rosa Weber relatar.

Por fim, a declaração de Merval ocorre um dia antes da entrega do “mega-pedido” de impeachment pela “frente ampla” que vai de setores da direita, passa pelo PT e tem o apoio do PSTU e PCO. O líder do PT, deputado Bohn Gass (PT-RS), anunciou no Plenário da Câmara dos Deputados que partidos e entidades de oposição ao governo Bolsonaro vão unificar em um só documento os argumentos dos mais de 100 pedidos de impeachment já apresentados à Câmara dos Deputados. O ato será realizado no dia 30 de junho. “Faremos um ato conjunto com todos os partidos, organizações, lideranças e entidades que fizeram os pedidos de impeachment para a unificação de todos eles em um "super" pedido de impeachment, informou.

Segundo informações do PT, integram o grupo que decidiu pelo pedido coletivo de impeachment, além de parlamentares e partidos políticos, membros de entidades como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), o Movimento Brasil Livre (MBL), a Federação Nacional de Estudantes de Direito (Fened), a Coalizão Negra por Direitos, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), o Coletivo de Favelas, a Central de Movimentos Populares (CMP), a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Coletivo de Advogados e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre outras.

As discussões são lideradas por Psol, PT, PC do B, PDT, PSB, Rede, UP, PV e Cidadania junto com os ex-bolsonaristas Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP) e o MBL (Movimento Brasil Livre). Dizem ter em comum o sentimento de que quanto mais tempo durar o governo Bolsonaro, mais prejuízo sofrerá o País com a pandemia.

A estratégia da Frente Popular está toda montada na base podre do cretinismo parlamentar, disseminando a ilusão de uma vitória eleitoral assegurada em 2022. Nesse sentido, articula sua frente de “oposição” mais ampla possível, com Tucanos e até Demistas, contando com a presença do PSTU e PCO. 

Nesse caminho rejeitam cabalmente a derrubada revolucionário de Bolsonaro se limitando ao pedido de impeachment pela via do Congresso Nacional, que representa a ascensão do vice, o general Mourão. 

Apontamos que somente a ação direta e ativa das massas poderá encestar a derrubada cabal deste governo neofascista em seu conjunto, instaurando um novo regime político socialista emanado do poder revolucionário da classe operária, caso contrário o “Fora Bolsonaro” poderá desembocar em algo ainda mais reacionário e entreguista do que a gerência atual. 

Os Marxistas Leninistas que combatem pela derrubada do governo neofascista, apontam claramente a arapuca da estratégia eleitoral, alertando ao movimento operário e popular que somente os métodos mais radicalizados da ação direta das massas e sem expectativa neste congresso golpista podem colocar abaixo Bolsonaro e toda a estrutura do regime vigente. 

Esperar “pacientes” as eleições de 2022 ou mesmo o impeachment de Bolsonaro para que assuma o general Mourão, como nos aconselha a receita política do PT, PSOL e até mesmo do PSTU e PCO só fará avançar a ofensiva neoliberal contra as já precárias condições de vida da população pobre e trabalhadora em meio a Pandemia do Coronavírus, limpando o terreno para o recrudescimento do regime bonapartista, instaurado com o golpe institucional em 2016.

A vanguarda classista deve assumir a liderança da luta para derrotar o projeto golpista, ainda em pleno andamento no país, organizando desde as bases uma poderosa greve geral por tempo indeterminado.

Nós Marxistas Leninistas compreendemos a gravidade do momento político, e em oposição ao caminho de derrotas da Frente Ampla apoiada pelo PCO e PSTU, lançamos um chamado para a formação de uma Frente Operária e Popular, que assuma como norte político a ação direta das massas, no combate frontal e vitorioso contra ofensiva neoliberal e da pandemia do Coronavírus que ameaça suprimir as conquistas históricas dos trabalhadores.