quarta-feira, 30 de junho de 2021

“SUPERPEDIDO” DE IMPEACHMENT UNE ESQUERDA E DIREITA BURGUESA, COMEMORA GLOBO: MANOBRA INSTITUCIONAL DA FRENTE POPULAR COM APOIO DO PSTU E PCO PARA FORTALECER A CANDIDATURA LULA 

PT, PSOL, PC do B, UP, PSTU, PCB, os golpistas PSB, Cidadania, Rede, Joice Halsemman (PSL), Alexandre Frota (PSDB), Kim Kataguiri (DEM) e por fim... até o lulista PCO, somado a mais de 700 entidades protocolam pedido de impeachment na Câmara dos Deputados contra o presidente neofascista Jair Bolsonaro. Alguns incautos poderiam pensar que esta iniciativa da Frente Popular significa um avanço no sentido do “Fora Bolsonaro” pela via da ação direta contra o conjunto do regime político golpista, ledo engano tratar-se de uma saída institucional para desgastar Bolsonaro no terreno eleitoral e fortalece a candidatura Lula na disputa presidencial de 2022. O "superpedido" tem 46 signatários e unifica argumentos apresentados nos outros 123 pedidos de impeachment já apresentados à Câmara. Entre esses argumentos, está o mais recente, o que aponta prevacarição do presidente no caso da suspeita de corrupção no contrato de compra da vacina indiana Covaxin.

O chamado “impeachment popular” da esquerda reformista foi apresentado ao presidente da Câmara tendo como único objetivo tentar promover uma aproximação com o General Mourão, considerado a “ala civilizatória” do regime bonapartista, pelo PT e seus apêndices menores. 

Está absolutamente claro que a Frente Popular não pretende impulsionar nenhuma mobilização de massas pela derrubada de Bolsonaro, o “Fora Bolsonaro” pela via do impeachment neste Congresso do Centrão não corresponde a derrubada do governo neofascista, pelo contrário significa o “Fica Bolsonaro” até 2022 e no bojo da proposta um aceno político a Mourão, possíveis beneficiários de um descarte do presidente por parte da burguesia nacional.

Bolsonaro vem contornando as crises de seu governo, exatamente pela inércia da esquerda reformista, que na pandemia conseguiu superar qualquer marco histórico de imobilismo e conciliação de classes. 

O governo neofascista vem se sustentando no tripé do apoio do agronegócio, hordas de extrema direita e rentismo nacional, porém seu poder de ação está profundamente limitado por um processo de tutela exercido pelo comando das Forças Armadas sobre o “núcleo duro olavista”.

Para mostrar alguma iniciativa “independente”, Bolsonaro vem traçando um caminho de aproximação com o Centrão, além de “colar” em setores empresariais. Neste sentido as classes dominantes tupiniquins descartam neste momento a substituição de Bolsonaro, adotando a política da Globo, Tucanato e oposição burguesa de sangrá-lo por mais tempo possível via a CPI que será prorrogada até novembro. 

“Golpear juntos, marchar separados” é uma tática completamente abandonada por uma esquerda reformista e domesticada (PT, PCdoB, PSOL, PCO, UP, PSTU e PCB) que, no ato de pressão parlamentar de entrega do “superpedido” de impeachment, alia-se a todas as forças da oposição burguesa (Frente Ampla burguesa) junto com golpistas e fascistas como Joice Hasselmann (PSL) e Kim Kataguiri (DEM) para substituir Bolsonaro pelo vice Mourāo, preservando o conjunto do regime e suas instituições. Esse é o caminho da derrota. 

Devemos marchar em outra direção, o da independência de classe e da luta direta contra todos os podres poderes da burguesia, com ação direta e uma pauta alternativa baseada nas reivindações reais dos trabalhadores e não na plataforma sanitária e de pressão parlamentar das quadrilhas da oposição burguesa!