segunda-feira, 14 de junho de 2021

PROVOCAÇÃO IMPERIALISTA ÀS VÉSPERAS DA REUNIÃO COM PUTIN: CASA BRANCA ANUNCIA QUE OTAN IRÁ FAZER OPERAÇÕES MILITARES CONTRA “AMEAÇAS RUSSAS” 

A Casa Branca anunciou, um dia antes da cúpula da OTAN, na Bélgica, que os líderes da aliança imperialista lançariam um conjunto "ambicioso" de ações militares para garantir a segurança de seus interesses até 2030 e além. A OTAN vai desenvolver iniciativas estratégicas militares para garantir altos níveis de defesa contra "ameaças" vindas de Moscou e continuar com o monitoramento das atividades da Rússia na fronteira com a Ucrânia. "Os aliados se comprometerão com a implementação de novos conceitos e estratégias militares que fortaleçam a postura de dissuasão e defesa da OTAN para enfrentar ameaças da Rússia e de outros lugares", anunciou um comunicado da Casa Branca publicado antes da cúpula da aliança imperialista em Bruxelas, que começa nesta segunda-feira (14.06). 

Biden e Stoltenberg consideram que uma OTAN "forte" é importante para ambos os lados e sublinharam que os aliados precisam da sua "força coletiva" para enfrentar muitos desafios, incluindo uma Rússia mais forte, terrorismo internacional, ameaças cibernéticas ou de mísseis e a mudança no equilíbrio global de poder com a ascensão da China.

A Casa Branca menciona que os 30 países membros concordariam em revisar o "Conceito Estratégico" da OTAN para em 2022 orientar sua "abordagem ao ambiente estratégico em evolução, que inclui as políticas e ações agressivas da Rússia; desafios colocados pela República Popular da China à nossa segurança coletiva, prosperidade e valores e ameaças transnacionais, como terrorismo, ameaças cibernéticas e mudanças climáticas". 

"Os líderes aliados vão lançar um ambicioso conjunto de iniciativas para garantir que a OTAN continue a fornecer segurança aos nossos cidadãos até 2030 e além", acrescentou o comunicado.

A agência Reuters relatou anteriormente que era esperado que o Conceito Estratégico da OTAN incluísse a ascensão militar da China como um desafio pela primeira vez.

Os líderes da OTAN vão endossar uma nova Política de Defesa Cibernética, aumentando a coordenação para garantir que a aliança "seja resiliente contra as ameaças cada vez mais frequentes e graves. A Casa Branca acrescentou que os membros da aliança dependeriam de "provedores confiáveis ​​para redes de telecomunicações de próxima geração".

Ainda segundo o comunicado dos EUA, a OTAN também vai garantir medidas para "vantagem tecnológica" da aliança e menciona um "Plano de Ação de Segurança Climática", incluindo a redução dos gases de efeito estufa das atividades e instalações militares.

O presidente dos EUA, Joe Biden, participa de uma sessão de trabalho durante a cúpula do G7 em Carbis Bay, Cornualha, Reino Unido, em 12 de junho de 2021

Rússia, Afeganistão, mudança climática e novas tecnologias estão entre os tópicos planejados para discussão durante a cúpula de um dia para a qual o presidente Joe Biden já se encontra na Bélgica.

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, definirá nove áreas onde a organização pode se modernizar a médio prazo, incluindo mais financiamento aliado a um conjunto de operações militares. A França já demonstrou preocupação com a proposta, pois teme precisar tirar verbas de suas prioridades militares internas.

Joe Biden é um "forte apoiador" da organização militar das metrópoles capitalistas e com quem espera trabalhar para fortalecer o vínculo transatlântico neocolonialista após quatro anos de deterioração das relações com o reacionário republicano Donald Trump, que se mostrou incapaz de levar a frente os planos de guerra dos falcões imperialistas. Neste momento, há uma afinidade de Biden com a ofensiva militar imperialista mundial que tem a OTAN como ponta de lança.