terça-feira, 22 de junho de 2021

35 MILHÕES DE BRASILEIROS NÃO CONSEGUEM PAGAR LUZ, ÁGUA E GÁS: CRISE CAPITALISTA IMPÕE MISÉRIA AO NOSSO POVO, MAS VAMOS CONTINUAR NOS MOBILIZANDO COM A PAUTA DA REDE GLOBO? 

De acordo com números da Serasa, 36,9 milhões de brasileiros estão em débito com contas básicas, como luz e gás, por exemplo, cujos preços das tarifas – que são administrados pelo governo federal – vêm sofrendo aumentos expressivos no último período pandêmico. Ao todo, o Brasil tem hoje 62,5 milhões de inadimplentes.No ranking de tipos de dívidas da Serasa, as dívidas com serviços de utilidade pública (conta de luz, água, gás etc.) estão em segundo lugar, com 22,3% do total. No mês passado, esse número era de 21,60%. Em primeiro no ranking, consta as dívidas com os bancos, com quase 30% das dívidas em atraso.

O aumento no valor das contas de luz e gás está impactando o orçamento dos brasileiros e resultando no atraso do pagamento o que gera o corte desses serviços fundamentais a sobrevivência. O aumento no valor das contas básicas afeta a toda a população brasileira, mas as pessoas com menor renda podem sentir mais esse impacto, já que, normalmente, essas são as contas priorizadas no orçamento familiar, que já vem sofrendo com a alta desenfreada de produtos alimentícios.

Segundo a pesquisa da Serasa “O Bolso dos Brasileiros”, 86% dos brasileiros consideram as contas básicas como as mais importantes entre as dívidas. “As contas básicas, como água, luz e gás são as principais prioridades caso tivessem que optar por apenas um pagamento em dia”. Na semana passada, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou que fará um reajuste da bandeira vermelha 2, que pode ser superior a 20%, em razão do uso das usinas térmicas, que foram acionadas por conta do baixo nível dos reservatórios de água.

Desde maio, os consumidores residenciais de gás natural vêm recebendo reajustes elevados em suas contas por razão do governo ter autorizado um aumento de 39% no preço do combustível nas refinarias de Petrobrás, em abril deste ano. Em São Paulo, os consumidores tiveram alta nas tarifas de gás canalizado próximo dos 40%, por consequência desta medida. Na semana passada, o governo Bolsonaro também autorizou um aumento de 5,9% no preço médio do gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como gás de botijão de cozinha, nas refinarias da Petrobrás.Este foi o quinto aumento deste ano e o décimo em 12 meses.

Os aumentos do gás de cozinha, canalizado ou não, são mais um reflexo da absurda política de preços do governo neofascista de Bolsonaro de atrelar os preços dos combustíveis produzidos pela Petrobrás ao PPI (Preço de Paridade de Importação), que leva em conta os preços internacionais do petróleo, a variação do dólar, além dos custos que os importadores têm com os fretes rodoviários e marítimos, seguro da carga, armazenamento do produto e um modelo de preço que é completamente predatório para um país que é produtor de petróleo.

A classe trabalhadora está sufocada pela crise capitalista, em seus aspectos mais básicos da sobrevivência humana, mas a esquerda reformista só mobiliza limitadamente a população e pela pauta da Rede Globo, exigindo que o governo compre mais vacinas da Big Pharma enquanto o SUS está completamente sucateado e sem verbas que não sejam especificamente para a Covid. É necessário organizar a paralização da produção, através de uma greve geral que coloque em pauta a questão do poder revolucionário, e não somente a defesa da troca dos gerentes do Estado burguês pela via das eleições fraudulentas do regime da democracia dos ricos.