sábado, 5 de junho de 2021

“O GLOBO” DIZ O QUE “ESPERA” DAS FFAA: ALTO COMANDO DEVE GARANTIR QUE ATÉ 2022 BOLSONARO AVANCE NAS PRIVATIZAÇÕES E CONCLUA COMPRA DAS VACINAS DA BIG PHARMA

O cínico Editorial de O Globo (04.06) vocifera que “Um país que sofreu durante anos as dores de uma ditadura militar conhece muito bem o custo do envolvimento das Forças Armadas na política. Não faz bem para elas. Não faz bem para o Brasil”. Vindo da boca da golpista Famiglia Marinho esse “chamado” tem um objetivo claro: ditar a “ordem do dia” ao alto-comando das FFAA para que ele seja um disciplinador de Bolsonaro até as eleições presidenciais de 2022, aplicando o programa ditado pelo grande capital, ou seja, avançar nas privatizações, concluir a compra das vacinas e não fazer arroubos golpistas junto a tropa.

Tanto que o texto segue nesse sentido ao afirmar que “Nogueira chegou ao comando do Exército há dois meses, depois da crise que culminou na queda do então ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e dos três comandantes das Forças Armadas. Foi escolhido em respeito às normas de antiguidade no Exército e à revelia de Bolsonaro. Dias antes, defendera em entrevista uma política oposta à preconizada pelo presidente no combate ao coronavírus. Punir Pazuello, posição majoritária no Alto-Comando, significaria voltar a enfrentar Bolsonaro de modo explícito e abrir uma nova crise entre ele e o Exército. Nogueira teria preferido a cautela. Melhor que essa tenha sido a verdade. Assim, a decisão não implica necessariamente que as Forças Armadas tenham se sujeitado ao projeto político bolsonarista”. 

Como o Blog da LBI afirmou várias vezes, a política do imperialismo e da Famiglia Marinho (timoneira da burguesia nacional), apesar do “estardalhaço” midiático feito pelo consórcio mafioso dos barões da comunicação, é sangrar Bolsonaro até 2022, mantendo o neofascista no Planalto para que seu governo avance mais no processo de privatizações das estatais, e conclua a compra trilionária das vacinas da Big Pharma, estourando assim a Dívida Pública, que tornará o país em um mero departamento creditício da governança global do capital financeiro. 

Como analisamos em artigo anterior, Bolsonaro, assim os outros presidentes da República que o antecederam, detém o título constitucional de comandante em chefe das Forças Armadas. Uma possível punição ao general Pazuello convocado pelo presidente a participar de uma ação política, significaria na prática uma punição ao próprio Bolsonaro, o que subverteria completamente a ordem constitucional brasileira. 

Caso ocorresse a punição, por iniciativa do Alto Comando, o governo Bolsonaro estaria irremediavelmente com os dias contados, teria que ser deposto por um golpe instrucional (via impeachment), seguindo o mesmo script do que ocorreu com a presidente Dilma, o que não é neste momento a posição da Casa Branca e da Rede Globo, incluindo todo o arco da oposição burguesa parlamentar.

O Globo segue na linha de pressionar as FFAA para serem um freio (disciplinador) aos devaneiros de Bolsonaro: “Seja como for, diante da confusão e das especulações abertas pela absolvição de Pazuello, a sociedade espera agora os acenos na direção certa tanto dos comandantes das Forças Armadas quanto das polícias militares, outro foco de um sem-número de tentativas de mobilização promovidas pelo bolsonarismo. Para transmitir os recados certos aos quartéis, quaisquer tipos de manifestação em apoio a ideologias ou projetos políticos não podem mais ser tolerados. Atos de insubordinação, menos ainda. Às vésperas de um ano eleitoral, não é aceitável que novos Pazuellos passem incólumes apenas porque se associam de modo incondicional àquele que ocasionalmente ocupa o poder”.

O que ficou claro nesse episódio envolvendo Pazuello foi que o comandante do Exército, General Paulo Sérgio, avaliou constitucionalmente o cenário, caso punisse o general da ativa, ex-ministro da Saúde, teria também que punir Bolsonaro, e aí sim o golpe da subversão jurídica da carta magna do país estaria instalado.

Alertamos os reformistas (PT, PCdoB e Cia), que sonham com o retorno da Frente Popular ao governo central, estes deveriam botar as “barbas de molho”, porque tirar agora de Bolsonaro a prerrogativa de comandar as Forças Armadas, corresponde a retirar essa mesma prerrogativa de Lula, caso vença as próximas eleições presidenciais. O que ainda é pior, a função constitucional de chefiar a segurança castrense do país, passaria para as mãos da Famiglia Marinho, que decidiria pelas páginas de sua poderosa mídia as futuras punições aos generais, brigadeiros e almirantes, e não mais o presidente da república.

Para os Marxistas Leninistas, Bolsonaro, e toda a cúpula fascista das Forças Armadas, deve ser derrubada pela via da ação revolucionária das massas, e não pelas mãos do imperialismo e seus representantes do capital financeiro no Brasil, como os golpistas reacionários da Família Marinho!