quarta-feira, 2 de junho de 2021

“QUANTOS SEGREDOS ESTÃO ESCONDIDOS EM FORT DETRICK?”: A MESMA PERGUNTA QUE FEZ HOJE O GOVERNO CHINÊS, A ANTIGA URSS JÁ TINHA FEITO HÁ 35 ANOS ATRÁS

“Quantos segredos estão escondidos no laboratório de Fort Detrick dos EUA e outros biolabs no exterior do resto do mundo?”, questionou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, em coletiva de imprensa na última quinta-feira (27/05). Entretanto, a antiga União Soviética há mais de 35 anos atrás realizava outra grave denúncia sobre as atividades criminosas do Laboratório Militar de Fort Detrick. Em 1985, um documento interno do serviço de inteligência do governo soviético (KGB) observou que os “EUA estava tentando criar a pandemia da AIDS, denunciando que o novo vírus seria o resultado de experimentos científicos dos serviços secretos do Pentágono, para novos tipos de armas biológicas que fugiram do seu controle inicial”.

Em outubro de 1985, o influente semanário soviético Literaturnaya Gazeta publicou um artigo alertando que o governo dos Estados Unidos havia desenvolvido o vírus da AIDS durante a pesquisa da guerra biológica. A denúncia fincada em documentos da KGB, uma espécie de CIA da URSS, alertou para o perigo que o vírus estava sendo espalhado por todo o mundo por militares norte-americanos. 

O jornal soviético se baseou na denúncia feita em 17 de julho de 1983, por um pequeno jornal indiano chamado Patriota que publicou um artigo de primeira página intitulado “AIDS pode invadir a Índia: Doença misteriosa causada por experimentos nos EUA”, declarando que a doença teve origem em um laboratório militar dos EUA em Fort Detrick, Maryland. 

A matéria apontava que a então doença misteriosa e mortal que assolaria o mundo, havia sido criada pelo Pentágono em uma tentativa de desenvolver novas armas biológicas: “Acredita-se que a AIDS, a doença mortal e misteriosa que tem causado estragos nos Estados Unidos, seja o resultado dos experimentos do Pentágono para desenvolver novas e perigosas armas biológicas. Agora que esses experimentos ameaçadores parecem ter saído de controle, planos estão sendo traçados para transferi-los apressadamente dos Estados Unidos para outros países, principalmente nações em desenvolvimento onde os governos são flexíveis à pressão e persuasão de Washington” dizia o artigo. 

Hoje, 35 anos após a URSS fazer o alerta mundial, a China denuncia os EUA por usarem o mesmo laboratório militar (Fort Detrick) que “criou” o vírus da AIDS para manipular o Coronavírus.

Na primavera de 1986, a mídia soviética republicou as denúncias sobre a origem da AIDS no Fort Detrick pelo menos cinco vezes. Por exemplo, um artigo citou um livro de 1984 de Jacques Liebovich, que afirma que o vírus da AIDS poderia ter sido produzido por pesquisas de guerra biológica. Outro artigo citou o Dr. John Seale, um médico de Londres que frequentemente afirmava que a AIDS é uma arma biológica.

Os jornais da URSS publicaram vários artigos sobre o chamado “Relatório Segal”. Esta brochura de 53 páginas, aparentemente escrito em meados de 1986, é intitulado “AIDS: sua natureza e origem”. Os autores são a Dra. Lilli Segal, pesquisadora e professora de epidemiologia, que morou em Berlim Oriental, e o professor Jakob Segal, de ascendência russa, especialista em bioengenharia. Ambos os Segals ensinaram em Cuba no final dos anos 1960. Todos os três são afiliados à Universidade Humboldt em Berlim Oriental.

Três anos após a publicação do artigo do Patriota, o relatório foi apresentado em uma brochura intitulada: "AIDS: USA-home made evil”. A brochura foi distribuída em uma conferência para a Organização das Nações Não-alinhadas com participantes de mais de 100 países em desenvolvimento. Os autores da denúcia eram biólogo Jakob Segal e sua esposa, Dra. Lilli Segal. Ele havia se aposentado e se mudado para a Cidade do México depois de alguns anos no Centro Nacional de Pesquisa de Cuba em Havana.

Ao saber do relatório Segal, oficiais da embaixada dos EUA em Berlim se reuniram em 10 de outubro com a Dra. Lilli Segal. Ela repetiu suas alegações, citando como fonte a Urania Press, uma editora administrada pelo governo da Alemanha Oriental. No mesmo dia, a agência de notícias soviética Tass repetiu as denúncias.  

Após a publicação do Relatório Segal e da produção do Tass no início de outubro, a campanha de denúncia da URSS teve um grande impacto mundial, tanto que o jornal britânico London Sunday Express, em 26 de outubro de 1986, relatou a história. 

No auge da Guerra Fria, os EUA acusaram a URSS de desenvolver uma “Teoria da Conspiração” para desacreditar dos dados levantados pela KGB e denunciaram que o relatório não passava de uma peça de propaganda soviética com o objetivo de atacar a governo Reagan... mas tudo estava documentado pelos agentes da KGB.

Mesmo após o fim da Guerra Fria, Jakob Segal manteve seu longo estudo divulgado amplamente pela KGB de que a AIDS foi criada pelos militares dos EUA e denunciou que o canalha Gorbachev negou a denúncia histórica da URSS para recompor sua relação servil de aproximação com os EUA em 1986.

O cientista manteve-se firme até sua morte em 1995 e a KGB nunca desmentiu suas acusações, hoje reforçadas sobre a denúncia sobre a origem da Covid-19 por manipulação feita pela China contra o imperialismo ianque!