sábado, 5 de março de 2022

PIB BRASILEIRO TEM ALTA EM 2021 DE 4,6%: GRANDE RESET PANDÊMICO DERRUBOU PARA DEPOIS SUBIR 

O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 foi de 4,6%, conforme resultado divulgado pelo IBGE, nesta última sexta-feira (04/03), ocorre após um tombo histórico de 3,9% em 2020, produto do Grande Reset pandêmico, impulsionado pela governança global do capital financeiro: Fórum Econômico de Davos. O PIB brasileiro (que é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no ano) totalizou R$ 8,7 trilhões em 2021, um termômetro do capitalismo periférico e associado ao capital financeiro internacional, porém o Brasil representa um dos maiores mercados mundiais para a exploração imperialista, bem maior do que a Rússia por exemplo, a qual os midiotas da esquerda revisionista insistem em classificar como “imperialista”…

No ano passado, sob os efeitos da retomada das atividades presenciais, a economia ainda registrou o segundo e o terceiro trimestres no vermelho, com quedas de 0,1% e 0,3%, respectivamente. O quarto trimestre ficou praticamente estagnado com variação positiva de apenas 0,5% em relação ao trimestre anterior. O resultado positivo do PIB do ano passado, em grande medida reflete a base fraca de comparação com 2020. A projeção do mercado financeiro para o PIB em 2022 “é de 0,0%”. No caso da indústria de transformação, a projeção é de uma queda de 1,5%, que se confirmada, será o sexto recuo do PIB do setor num período de dez anos, ou seja a alavancagem artificial do PIB, tem bases “sólidas” somente no cassino financeiro e na exportação de comodities sem valor agregado.

Por outro lado, para tentar conter a inflação o  Banco Central vem promovendo aperto monetário excessivo, elevando a taxa básica de juros Selic para dois dígitos (10,75% em fevereiro). A expectativa do mercado aponta que a taxa Selic deverá atingir 12,25% este ano. Essa política monetária fortemente contracionista já está impactando a atividade econômica, como pode ser percebido na perda de dinamismo nas vendas do varejo de produtos sensíveis ao crédito, como móveis e eletrodomésticos.

Cabe destacar que o aumento dos preços administrados pelo governo respondeu por cerca de 40% do avanço do IPCA em 2021 (10,1%), com a gasolina (47,5%), gás de botijão (36,9%) e energia elétrica (21,2%) sendo os principais “vilões”. Ações da política monetária têm pouco impacto sobre a evolução desses preços. Outro ponto importante é a inflação elevada e a recuperação da ocupação informal, fatores que vêm provocando queda do rendimento do trabalho, que combinada com os níveis elevados de desemprego (cerca de 12 milhões de desempregados), são outros elementos que geram um cenário bastante delicado para a demanda doméstica neste ano.

Porém os efeitos da tragédia econômica pandêmica ainda são muitos, a exemplo da taxa de desemprego de dois dígitos, gargalos nas cadeias de fornecedores, aceleração da inflação e queda do poder de compra da população. Obstáculos adicionais também marcaram 2021 e podem não deixar 2022 ileso, como a crise hídrica e tensões políticas internas e externas. Ocultados pelo resultado agregado do PIB de 2021 como um todo, estes fatores condicionaram uma evolução ao longo do ano passado não tão favorável como parece à primeira vista para nossa economia capitalista periférica.