70 ANOS DA LIBERTAÇÃO DO TIBET: NENHUM APOIO A CAMPANHA IMPERIALISTA DE CRIAR UM “CAVALO DE TRÓIA” COMANDADO POR DALAI LAMA CONTRA A CHINA!
O Tibet tem sido parte integrante do território chinês desde os tempos antigos e uma das principais áreas habitadas por tibetanos na China. No rescaldo das Guerras do Ópio em meados do século 19, as potências imperialistas lideradas pelo Reino Unido começaram a cultivar a ideia da "independência do Tibet", minando intencionalmente a soberania e integridade territorial da China. Desde o século VII de nossa era, quando as dinastias que governavam os dois países se uniram através de um casamento até o século XIII, quando o Tibet passou a integrar o território chinês, sempre com suas classes dominantes autorizadas a continuar administrando a região conforme seus interesses feudais. Até 1951, ano da libertação, o Tibet tinha 95% da população analfabeta. 90 % eram servos e 5 % escravos. Toda a terra cultivável estava distribuída entre o governo local (30,9%), aristocratas (29,6%) e monges superiores (39,5%). O budismo tibetano consistia na combinação de religião e política, privilégio completo da reduzida casta dominante, opressão da mulher, abuso sexual e psicológico. Os ambientalistas a serviço do imperialismo e Casa Branca apoiam há muitos anos os círculos tibetanos vinculados ao Dalai Lama, que recorrem ao terrorismo em oposição ao regime de Pequim, chegando a exigir que o Tibet se separe da China.
As manifestações pela “autonomia total” de Hong
Kong, pela independência no Tibet para “recriar” uma classe dominante baseada
na dinastia lamaísta e as tentativas de patrocinar o separatismo islâmico e
muçulmano em algumas províncias chinesas via patrocínio da CIA na região são
parte dessa estratégia que até agora tem fracassado pela unidade da burocracia
em sua “via chinesa ao capitalismo”.
Os senhores feudais aplicavam castigos extremamente cruéis
aos servos, que incluíam a extração dos globos oculares, o corte de orelhas,
língua, mãos, a mutilação de tendões, o lançamento de pessoas às correntes de
rios caudalosos e praticavam uma brutal exploração econômica e uma férrea
opressão política, além do controle mental dos servos e escravos. O direito à
subsistência das amplas maiorias de servos e escravos não era protegido, muito
menos os direitos políticos.
Em 1º de outubro de 1949, a fundação da República Popular da
China pôs fim ao passado colonial e semifeudal da China e criou também as
condições para a libertação do Tibete como parte do território chinês. O Acordo
do Governo Popular Central e o Governo Local do Tibete sobre as medidas para a
libertação pacífica do Tibete foi assinado em 23 de maio de 1951, o que
preparou o Tibete para ser tratado como uma região autônoma da China.
O XIV e atual Dalai Lama, de nome Tenzin Gyatso, que sempre
fora presa dos serviços secretos imperialistas, principalmente alemães,
ingleses e ianques, foi ainda mantido como chefe do Comitê para a Região
Autônoma do Tibete até que uma rebelião fomentada pela CIA em 1959 acabou
derrotada pelo Exército Popular de Libertação e Tenzin deposto do comitê.
Tenzin Gyatso acabou fugindo para a Índia junto com milhares de outros
refugiados que compõem seu séquito.
Da Índia, Gyatso continua até hoje fomentando rebeliões com
o apoio da CIA, a maior organização terrorista do mundo. Prova disso é que o
monge, aclamado como "defensor da paz", acabou recebendo uma medalha
de ouro com sua efígie, presente do Congresso do USA, profundamente
comprometido com "causa tibetana". Os partidários do feudalismo
tibetano amiúde dizem que foi uma "destruição cega" e "genocídio
cultural", mas esse ponto de vista oculta a natureza de classe dos monastérios.
Eram praças-fortes armadas que regeram as vidas dos camponeses durante séculos.
O filme Sete anos no Tibete, estrelado por Brad Pitt e
aclamado como um libelo pró-independência do território himalaio esconde na
verdade uma das passagens mais obscuras da vida de Tenzin Gyatso. O livro de
mesmo nome foi publicado em 1953 pelo austríaco Heinrich Harrer e retrata o
período passado pelo autor ao lado do 14º Dalai Lama, quando este contava
apenas 11 anos. O livro foi traduzido para 43 idiomas.
Após o lançamento do filme em 1997, um jornal alemão revelou
que Harrer fazia parte das SS nazistas — tropas de elite de Hitler — desde 1933
e que foi bem acolhido na corte de Tenzin graças às boas relações entre a
aristocracia do Tibete e alguns hierarcas nazistas.
Tenzin visitou seu amigo Harrer quatro anos antes de sua
morte, e quando seu mentor nazista finalmente faleceu, o monge tibetano
reconheceu sua influência escrevendo: "Heirich Harrer foi meu amigo
pessoal e aprendi muitas coisas com ele, particularmente sobre a Europa.
Sentimos que perdemos um leal amigo do ocidente."
Os Marxistas Leninistas que lutaram até as últimas
consequências contra a restauração capitalista do Estado Operário chinês, e que
portanto, não nutrem simpatia política alguma pelo governo Xi Jinping, não se
alinham com o imperialismo ianque em nome da “democracia como valor absoluto”.
Defenderemos incondicionalmente a China contra o “monstro imperialista”,
mantendo nossa total independência política do governo restauracionista do PCC.
Somente uma revolução socialista na China, assim como no Tibet, Taiwan e Hong
Kong, encabeçada por um genuíno partido revolucionário, pode retomar a economia
e o controle do Estado para as mãos dos trabalhadores, unindo de forma
revolucionária a China em torno da construção do socialismo, como foram dados
os primeiros passos neste caminho há mais de 70 anos.
A nova campanha militar na região está eminentemente voltada
para colocar em prática a fragmentação territorial da China e, com isto levar à
desestruturação social, política e econômica do país. A Casa Branca e o
imperialismo europeu vêm realizando um operativo para desestabilizar o país,
tal como aconteceu com a questão da independência do Tibet, o estímulo ao
separatismo islâmico e muçulmano em algumas províncias chinesas por força
atuante da CIA, sabotagens amplamente aceitas e apoiadas pela esquerda
revisionista do trotsquismo como fazem os morenistas da LIT em nome de um
“Tibet Livre”.
Registre-se que em 2014, a China se absteve na ONU de defender
a ação da Rússia contra a Ucrânia, sob o pretexto que o apoio a “independência”
da Crimeia da Ucrânia pode abrir um precedente para movimentos separatistas em
futuras regiões chinesas como o Tibet. A conduta abjeta do PCCh demonstra na
verdade que a covarde política da burocracia restauracionista de Pequim deseja
estrategicamente ver o avanço do conflito entre o imperialismo ianque e a
Rússia para que no futuro possa ela mesmo ser supostamente a “potência militar”
que faça o contraponto aos EUA, ampliando sua área de influência política,
econômica e militar. Acontece que esta política do PCCh é suicida na medida em
que favorece a sanha genocida da Casa Branca não só contra a Rússia, mas sobre
o conjunto das nações que não estão servilmente alinhadas com os interesses dos
monopólios ianques e europeus, como o Irã e a própria China.
As constantes provocações contra o Estado nacional chinês
cumprem, em última instancia, o objetivo de acabar com qualquer possibilidade
de que algum regime ao redor do planeta se oponha ainda que minimamente ao
“american way life”, como são os casos específicos da Coreia do Norte e Irã.
Somente a revolução proletária, encabeçada por um autêntico partido revolucionário
poderá retomar o controle para si da economia planificada na China e o controle
do Estado por parte dos trabalhadores e enfrentar frontalmente a barbárie
imperialista rumo à construção do socialismo.
Para o proletariado chinês está colocada, na ordem do dia, a
luta por uma nova revolução proletária no antigo Estado operário, hoje em
conversão ao capitalismo, já que tanto as alavancas fundamentais de sua
economia socialista foram todas suprimidas pela camarilha restauracionista,
assim como parte da burocracia stalinista inicia o processo de acumulação
primitiva para transformar-se em classe burguesa, orientando abertamente todos
os setores do Estado em favor de uma apropriação privada de capital. Só uma
revolução socialista na China, assim como no Tibet, Taiwan e Hong Kong,
encabeçada por um genuíno partido revolucionário, pode retomar a economia e o
controle do Estado para as mãos dos trabalhadores, unindo de forma
revolucionária a China em torno da construção do socialismo!