terça-feira, 18 de maio de 2021

COMANDANTE JESÚS SANTRICH VIVERÁ ETERNAMENTE NO COMBATE REVOLUCIONÁRIO DO POVO COLOMBIANO: ABAIXO OS CHACAIS ASSASSINOS DUQUE E SEU CHEFE URIBE! 

O ministro da Defesa do governo neofascista da Colômbia, Diego Molano, anunciou na terça-feira (18/05) que o genocida presidente Iván Duque procederia à "verificação" dos relatórios de inteligência sobre a morte de Seuxis Pausias Hernández Solarte, mais conhecido como o comandante Jesús Santrich, um dos mais conhecidos guerrilheiros das FARC, e que atualmente estava dirigindo uma dissidência da antiga organização, pela razão de ter se oposto aos vergonhosos “Acordos de Paz” com o governo neofascista, onde a guerrilha depôs as armas em troca de alguns postos no parlamento burguês. 

A Dissidência das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) confirmaram na tarde desta terça-feira a morte de Seuxis Pausias Hernández Solarte, o comandante 'Jesús Santrich'. Segundo a página da Farc-EP, que divulga informações políticas sobre “Nueva Marquetalia”,  como é conhecido o grupo guerrilheiro dirigido por 'Iván Márquez', Jesús Santrich foi emboscado e morto na Serranía del Perijá, entre El Chalet e a aldeia Los Laureles, em território da fronteira venezuelana. “Até aquele lugar, os comandos militares colombianos penetraram por ordem direta do reacionário presidente Iván Duque”, informou a dissidência da FARC em seu site.

Segundo o informe da organização “Nueva Marquetalia” o caminhão em que viajava 'Jesús Santrich' foi emboscado por comandos do Exército fascista colombiano e atacado “com tiros de fuzil e explosões de granadas”. Até o momento, a morte de 'Jesús Santrich' não foi oficialmente confirmada pelo governo colombiano.  No entanto, na manhã de terça-feira, o ministro da Defesa colombiano, Diego Molano, anunciou que iria "verificar" os relatórios de inteligência que relatavam o suposto assassinato do comandante Jesús Santrich.

A TRAJETÓRIA DE SANTRICH

Jesús esteve ligado desde muito jovem à Juventude Comunista Colombiana. Estudou Ciências Sociais na “Universidad del Atlántico”, na cidade de Barranquilla, e completou sua formação com uma pós-graduação em História na mesma instituição de ensino.

Ingressou nas FARC no início da década de 1990, após o assassinato, por um agente do extinto Departamento Administrativo de Segurança (DAS), de um amigo e dirigente estudantil da Universidad del Atlántico, Jesús Santrich, de quem adotou o nome para a guerrilha.

Foi membro do Estado-Maior Central das FARC e um dos dirigentes do Bloco Caribenho dessa guerrilha, junto com Luciano Marín Arango, mais conhecido por seu pseudônimo 'Iván Márquez'. 'Santrich' usava óculos escuros e se servia de uma bengala. Sobre isso, ele explicou em uma entrevista datada de 2018, onde disse que sua visão começou a diminuir desde os 14 anos até que acabou perdendo-a por completo, devido à doença que sofria chamada de síndrome de Leber, doença degenerativa de origem genética que afeta o nervo óptico. Além disso, foi um dos integrantes das FARC na mesa de negociações com o Governo colombiano em Cuba, que culminou com a assinatura do vergonhoso Acordo de Paz em 2016, o qual viria a romper posteriormente.

DA GUERRILHA AO CONGRESSO

Com a assinatura dos acordos, as FARC se afastaram da luta guerrilheira para depor as armas e se tornar um partido político, que mais tarde foi chamado de Força Revolucionária Alternativa Comum para manter suas iniciais. Sob esse novo partido, 'Santrich' conquistou uma cadeira na Câmara dos Representantes para o departamento de Atlántico nas eleições de 11 de março de 2018.No entanto, em 9 de abril de 2018, foi preso, após as autoridades policiais colombianas atenderem a um pedido feito por um juiz de Nova York (EUA), que ordenou sua captura após acusá-lo de ter enviado 10 toneladas de drogas para aquele país norte-americano. O suposto fato criminoso teria ocorrido em 2017, ou seja, algum tempo após a assinatura do acordo de paz entre as FARC e o Governo de Juan Manuel Santos. Em 15 de maio de 2019, o Juízo Especial de Paz (JEP) considerou insuficiente as provas apresentadas contra ele, pelo que solicitou sua libertação e negou o pedido de extradição.

No entanto, em 17 de maio do mesmo ano, cumprida a ordem de libertação, a Procuradoria-Geral da República o recapturou e devolveu 'Santrich' às instalações de uma prisão de Bogotá. Novamente, em 29 de maio, a Corte Suprema de Justiça da Colômbia ordenou sua libertação, considerando que uma decisão do Conselho de Estado havia ratificado a investidura como deputado de 'Santrich', e isso implicava que se tratava de uma medida constitucional. Após sua libertação, em 11 de junho de 2019, ele foi empossado como legislador da Câmara dos Representantes do Congresso colombiano.

NOVAMENTE DE VOLTA A GUERRILHA

Santrich ficou apenas alguns dias no cargo de legislador, pois em 30 de junho de 2019, a Unidade de Proteção Nacional (UNP) da Colômbia relatou que o parlamentar ex-guerrilheiro havia abandonado "seu esquema de proteção", e desde então seu paradeiro era desconhecido. Depois disso, nove dias depois, a Suprema Corte emitiu um mandado de prisão e o Escritório Internacional de Polícia (Interpol) imediatamente emitiu um “cartão vermelho” contra ele, enquanto isso, o Departamento de Estado dos EUA ofereceu uma recompensa de US$10 milhões por informações que levassem à sua captura.

Mais tarde soube-se que 'Santrich' havia se juntado a 'Márquez', também fugitivo da Justiça, e ambos estavam combatendo em armas na mesma organização. Na verdade, os dissidentes apareceram em um vídeo publicado em agosto de 2019, no qual denunciavam haver "traições" ao Acordo de Paz, o que supostamente os obrigava a "retornar às montanhas".

Posteriormente, o novo partido Farc expulsou 'Santrich' e 'Márquez' de suas fileiras por essa decisão de retornar à luta armada e se oporem à subordinação política diante da democracia burguesa. Na semana passada, a Suprema Corte de Justiça da Colômbia endossou a extradição de 'Santrich' para os Estados Unidos para comparecer a um tribunal em Nova York por delitos de tráfico de drogas. A caçada terrorista do governo Duque contra Jesús havia se intensificado, justamente no momento em que a Colômbia vive uma verdadeira rebelião popular. Sua morte em pleno combate revolucionário nas selvas contra o Estado capitalista servirá de exemplo e estímulo às novas gerações de combatentes das cidades e das montanhas: Comandante Jesús Santrich, Presente!