BARROSO (TSE) DEFENDE A URNA ELETRÔNICA E RECHAÇA O VOTO IMPRESSO: ESQUERDA DOMESTICADA REPLICA O MANTRA DISTRACIONISTA DE QUE NÃO HÁ MAIS FRAUDE NO BRASIL
O atual presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, defendeu ontem a urna eletrônica e se colocou contra o voto impresso “O voto eletrônico acabou com a fraude no Brasil", disse, declarando ainda que “a impressão do voto é uma boa solução para um problema que não existe”. Diante dessas declarações distracionistas replicadas pela Esquerda domesticada cabe aos Marxistas Revolucionários “decifrar” o mecanismo da “urna roubotrônica”, esta que é uma “criatura” singular em todo planeta, não existindo nada similar nos países pioneiros em informatização do sistema eleitoral como os EUA, Alemanha e Japão. A formatação da urna eletrônica brasileira é a única que não permite nenhum tipo de aferição física do voto do eleitor, deixando exclusivamente a cargo de um programa (software) a totalização do resultado final de cada seção eleitoral.
Se em uma situação experimental reunirmos cem eleitores de
uma urna eletrônica, sendo que 60 afirmem terem votado eletronicamente no
candidato A e os outros 40 no B, mas o resultado apontar exatamente o inverso
seria somente a "palavra" dos eleitores contra o veredito do programa
(software). No mecanismo da urna eletrônica não há a menor chance de
contestação do resultado por parte do eleitor, já que seu voto é apenas
virtual. Em outros sistemas eletrônicos de votação, cada registro do voto
virtual deve necessariamente ter um correspondente físico discriminado o nome
ou número do eleitor e sua cédula perfurada com a escolha de seus candidatos,
feita a leitura eletrônica da cédula esta vai para um depósito lacrado que pode
ser aferido e comprovado ao menor indício de fraude.
No Brasil a suposta "modernidade" eleitoral que completou 25 anos agora em maio com a implantação do voto eletrônico está a serviço do controle da soberania popular por parte das oligarquias políticas dominantes, que detém o mando dos TRE's com a indicação de desembargadores de sua estreita confiança.
É bem verdade que a fraude eleitoral em curso no país é um processo mais profundo do que apenas a urna roubotrônica, envolvendo o controle restrito da totalização regional/nacional de votos, os "institutos" de pesquisa e, por fim, o próprio financiamento bilhardário das principais campanhas, isto sem falar é claro da manipulação política exercida pelos monopólios da mídia corporativa.
Várias vezes o PT também farejou o odor da fraude em suas votações mas jamais "ousou" questionar a "sacrossanta" justiça capitalista. Não possuem sequer a coragem política de lideranças nacionalistas como Brizola, que enfrentou e derrotou a fraude do PROCONSULT em 82, denunciando também com todo vigor o embuste eleitoral de 89 que desembocou em uma vitória fraudada a Collor de Mello.
Para os comunistas somente o controle das organizações do movimento operário por sobre todas as instâncias da justiça eleitoral, poderia evitar a fraude e a manipulação dos resultados finais, o que logicamente contemplaria a existência do voto físico.
Como se
trata de uma "missão impossível" no marco institucional do regime
burguês, nossa tarefa deve estar concentrada politicamente na demolição do
estado capitalista (pela via da revolução socialista), e na construção de uma
democracia superior baseada nos conselhos operários e populares.
Como já afirmamos, a fraude eleitoral, não nasceu com a urna eletrônica nem tampouco com as pesquisas eleitorais, é um produto histórico inerente a própria democracia burguesa. Lenin há mais de um século, estudou os mecanismos do processo eleitoral, no marco da ditadura capitalista, concluindo que seus resultados expressam sempre a forma distorcida da vontade popular.
Passadas várias décadas e distintas etapas da correlação de forças da luta de
classes, podemos afirmar que hoje o processo político da fraude no interior das
eleições representativas não só foi ampliado como tornou-se um sofisticado
mecanismo da “indústria” eleitoral. Isto significa que as distorções políticas
próprias da democracia burguesa, como o peso econômico dos candidatos ou o
apoio que recebem da imprensa capitalista, agora são potenciados pela
manipulação direta do voto popular.
A esquerda reformista tupiniquim vem aceitando passiva a introdução da urna eletrônica (agora com leitura biométrica para passar confiabilidade), saudando o atual mecanismo de contagem de votos como um “avanço da modernidade”, o curioso é que países na vanguarda da eletrônica e informática, como o Japão e até mesmo os EUA, não adotaram este sistema virtual, pela insustentabilidade de sua aferição material.
Na verdade, para se instalar institucionalmente um mecanismo eleitoral fraudulento como o brasileiro, inclusive já exportado para outras semi-colônias, é necessário um amplo acordo político no seio das classes dominantes com o objetivo de estabilizar o regime burguês por um longo período. No caso de países imperialistas, com uma tradição republicana mais arraigada e sem um profundo consenso partidário no interior da burguesia, fica impraticável estabelecer a completa virtualidade do processo eleitoral.
Como marxistas não depositamos nenhuma confiança ou credibilidade nos instrumentos e cortes da justiça eleitoral e seus “parceiros” do IBOPE...
Desgraçadamente, a chamada “oposição
de esquerda” seguiu o mesmo caminho do reformismo “chapa branca”, e se recusa a
denunciar a urna eletrônica, como parte integrante deste grande embuste
representado por este regime bastardo da democracia dos ricos e seu escopo
institucional.