PANDEMIA DE BONS NEGÓCIOS: A CHINA É O MAIOR VENDEDOR MUNDIAL DE VACINAS CONTRA O CORONAVÍRUS, MAS PARA FABRICAR O IMUNIZANTE TEM QUE COMPRAR INSUMOS NOS EUA
A pandemia é de longe o maior negócio financeiro de toda a história do modo de produção capitalista, em termos do curto espaço de tempo do seu surgimento, ameaçando inclusive desbancar a indústria da guerra, até então o maior propulsor do crescimento econômico mundial, era a “morte gerando a vida do capital” e com a pandemia podemos fazer o trocadilho “o vírus gerando a saúde financeira do rentismo internacional”. A “locomotiva” Chinesa, que praticamente não reduziu sua velocidade na pandemia, vislumbrou agora um grande negócio: o das vacinas contra a Covid.
Na última sexta-feira (07/05) a OMS (Organização Mundial da Saúde) aprovou com urgência a vacina chinesa Sinopharm, ou seja, com o mesmo caráter experimental das demais que estão à venda para os governos nacionais no bilionário mercado mundial. A OMS não teve escolha a não ser “ceder” aos laboratórios chineses para reativar a iniciativa Covax (Fundo criado pelo rentismo para financiar países periféricos na compra dos fármacos contra a Covid) para vacinar os países do “Terceiro Mundo”, e consequentemente, a maior parte da humanidade.
A Sinopharm é a sexta vacina licenciada pela OMS, junto com as da Pfizer, Johnson & Johnson, Moderna e as duas da britânica AstraZeneca, mas fabricadas na Índia e na Coreia do Sul. Outra vacina chinesa, a Sinovac, também está sendo examinada pela OMS para cumprir o processo de aprovação.
Está claro que eles nunca poderão vacinar a população mundial, que é de 6 bilhões de pessoas, porque se cada ser humano precisar de duas doses de Sinopharm, conforme recomendado pela OMS, seriam necessários 12 bilhões de doses,12 bilhões de seringas e muitos profissionais e equipamentos de saúde que não tem nem meios de armazenamento e tampouco logística de transporte adequado.
No mundo inteiro, incluindo a China, não existem laboratórios ou capacidade de produção suficientes para distribuir um número tão grande de vacinas. O plano da Covax visa entregar apenas 2 bilhões de doses, seis vezes menos do que o necessário. Até agora, a Covax atingiu apenas 54 milhões de pessoas de 121 países diferentes e, no futuro, não irá muito mais longe. Nunca será totalmente implementado porque é mais um dos muitos golpes financeiros desta pandemia, para endividar ainda mais os Estados. O único país do mundo que pode pelo menos se aproximar do número necessário de vacinas é a China.
Portanto, voltamos ao ponto de partida: no início da pandemia, nenhum país tinha máscaras ou equipamentos médicos para lidar com a pandemia, nem capacidade para fabricá-los. Países como a Espanha e Itália tiveram que viajar para a China para comprá-los e lutar para acumular o estoque sanitário como verdadeiros “bandidos”.
Desse modo, o ano pandêmico é a crônica de um bom negócio: se o coronavírus foi manipulado para isolar a China do mercado mundial, serviu justamente ao contrário. E se teve a participação da burocracia restauracionista, o planejado se confirmou plenamente como uma grande vitória!
Estamos falando de economia política no capitalismo e tanto a OMS quanto os países do mundo, incluindo as grandes potências, precisam da capacidade industrial da China. Basta verificar os problemas de abastecimento de vacinas da velha e enferma Europa, que possivelmente obrigarão Bruxelas (sede da UE) a “contra gosto” tomar uma medida: aprovar a vacina chinesa.
Os Estados Unidos tentaram que o papel de “fábrica global” da vacina contra a Covid fosse desempenhado pela Índia, mas esse plano também falhou, como admitiu Jake Sullivan, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca.
Como podemos ver, os reformistas estão novamente errados. Não se trata de “patentes”, mas de algo muito mais complexo, como produzir as fórmulas das patentes! A China pode abrir mão das patentes, porque tem um imenso mercado para vender seus insumos e IFA aos países “que possam envasar os imunizantes”. Em melhor situação está os EUA, por isso a iniciativa demagógica de Biden, que vende o insumo mais qualificado quimicamente (o IFA dos IFAS) para a própria China, depois revender em escala muito mais ampliada. É a sintonia perfeita do capital financeiro, o fluxo EUA/China, que transformou o antigo Estado Operário na maior economia do planeta.