terça-feira, 11 de maio de 2021

GLAUBER BRAGA CANDIDATO A PRESIDENTE PELO PSOL? JOGADA ELEITORAL NO MARCO DA POLÍTICA REFORMISTA PARA AGRUPAR NO 1º TURNO OS DESCONTENTES COM A “FRENTE AMPLA” BURGUESA DE LULA  

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) lançou-se como pré-candidato a Presidência da República nesta segunda-feira. O anúncio foi divulgado como parte de um manifesto de assinaturas, entre parlamentares do Psol e personalidade e correntes políticas, como o MES, CST, LSR, que defendem candidatura própria do partido à presidência. Entre as assinaturas, estão os deputados federais Luiza Erundina (SP), Sâmia Bonfim (SP), Vivi Reis (PA), Fernanda Melchionna (RS), e Davi Miranda (RJ). Em seu perfil oficial do Twitter, o congressista escreveu: “É possível defender unidade na esquerda contra Bolsonaro e ao mesmo tempo ser pré-candidato a presidente do Brasil pelo Psol apresentando o programa da esquerda radical de forma não sectária? Sim! Muito obrigado às correntes e militantes que me incentivaram pra essa tarefa. Topo”. O lançamento de Glauber Braga trata-se uma jogada eleitoral no marco da política reformista para agrupar no 1º turno os descontentes com a “frente ampla” burguesa de Lula, aproximando PCB e PSTU nessa iniciativa política que do ponto de vista programático representa apenas a reedição de um programa de colaboração de classes como teve Boulos em 2018, além de catapular seu próprio nome para futuras disputas no Rio de Janeiro, sendo inclusive uma alternativa eleitoral a Marcelo Freixo que pode sair do PSOL para viabilizar sua candidatura pela Frente Ampla burguesa que Lula costura no estado fluminense como parte do acordo nacianal com o Centro e a direita.

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, se posicionou contra a iniciativa de uma ala do partido em lançar o deputado federal Glauber Braga (RJ) como candidato à presidência da República. Segundo ele "Hoje um grupo de lideranças do PSOL divulgou manifesto defendendo candidatura do partido à Presidência da República. Considero o momento inoportuno para esse debate. É hora de lutar pela unidade das esquerdas e por um programa anti-neoliberal para 2022. Essa é nossa prioridade”, defendeu Juliano. “Obviamente, é direito de todo filiado ou filiada manifestar suas opiniões sobre qualquer tema que diga respeito ao partido. Mas, como presidente, me oriento pelas posições oficiais do PSOL. E como definiu nosso Diretório Nacional, essa é a prioridade”, complementou compartilhando um manifesto do Diretório Nacional. Juliano reflete a maioria da direção do PSOL (Ivan, Freixo, Edmilson) que deseja uma frente eleitoral com Lula para catapultar a base parlamentar do partido em uma aberta aliança com o centro e a direita burguesa.

A possivel candidatura de Glauber pode até vingar mas em contrapartida Lula já recebeu a garantia que o PSOL de conjunto apoiará o candidato da frente popular no segundo turno da eleição presidencial. O “conchavo de alto nível” é permeado pela adoção de um programa de colaboração de classes, tanto para Glauber como para o candidato do PT ao Planalto, com diferença apenas no arco político dessa aliança.

Ainda assim, a iniciativa serve para agrupar os setores que se dizem contra as alianças com a burguesia mas ao final votam "criticamente" em Lula e sua Frente Ampla no segundo turno, como PSTU, PCB, UP e outros grupos políticos menores, uma manobra distracionista que os revolucinários devem desmarcar porque está a serviço de melhor camuflar a estratégia reformista tanto do PT como no próprio PSOL.