sexta-feira, 14 de maio de 2021

QUEDA DO PIB, INFLAÇÃO ALTA E DESEMPREGO EM MASSA: A TEMPESTADE PERFEITA CRIADA PELA PANDEMIA FEITA SOB MEDIDA PARA O CAPITAL FINANCEIRO

O Banco Central divulgou na última quinta-feira (13/05) o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-br) de março, que em relação a fevereiro caiu 1,59%. No acumulado em 12 meses, o IBC-Br tem queda de 3,37%.Ainda que com alguns parâmetros diferentes, o indicador é publicado mensalmente pelo Banco Central (BC) e considerado uma prévia do PIB oficial, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga a cada trimestre, ou seja é apenas uma antecipação que o mercado projeta para a acelerada queda consecutiva do PIB para o ano de 2021.Em março na comparação com o mês anterior, o setor de serviço caiu 4,0% e voltou ao patamar pré-pandemia, a produção industrial nacional recuou 2,4% e as vendas do comércio varejista 0,6%.

Esse resultado do IBC-Br quebra uma sequência de dez meses de pequenas altas (reflexo do auxílio emergencial concedido em 2020) e se for confirmado nova baixa em abril, pode indicar a tendência de uma grande recessão da economia, já estagnada antes da pandemia e agravada pela crise sanitária, com a elevação exponencial do endividamento público. Aliás o Auxílio Emergencial, foi apontado como decisivo para impedir um colapso ainda maior da economia gerado por uma dura recessão no ano passado que registrou queda no Produto Interno Bruto de menos 4,1%. Entretanto a concessão deste benefício (política de renda mínima), defendido pelo Fórum de Davos e a esquerda reformista, paralisou investimentos estatais estratégicos como indutores de um reaquecimento da economia capitalista. É a seguinte equação, o Estado burguês acumula um déficit maior junto à banca financeira e paralisa seus investimentos em obras de infraestrutura e custeio da máquina, mas por outro lado movimenta a economia com o consumo mercantil de um grande setor da população.

Os comparativos que vinham sendo considerados como indicadores dessa falsa recuperação tão alardeada pela equipe do ministro Paulo Guedes, são os 2,3% a mais no primeiro trimestre em relação ao último trimestre de 2020 e a alta de 2,27% em relação ao primeiro trimestre de 2020. Há vários indicadores que a recuperação, ainda que desejada pelo governo Bolsonaro, não parece ser tão certa como alguns analistas do mercado afirmam, principalmente através do rentista Guedes que com a sua “teoria” de recuperação em “V”, tanto insiste em dizer que está tudo se normalizando. 

O desemprego formal, apesar dos recentes números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que perderam, em grande parte, sua credibilidade não são animadores. Patrícia Pelatieri, diretora do Dieese, aponta que as mudanças no novo Caged subestimam o fechamento de vagas das empresas que estão falindo, entre outras a alterações. Segundo o IBGE, o número de desempregado no país aproxima-se de 15 milhões de brasileiros, entre 33 milhões que procuram emprego e não encontram. Vivendo na extrema pobreza estão mais de 25 milhões de brasileiros. 

Sem a redução efetiva do desemprego e a melhoria da renda não há economia capitalista que possa retomar algum nível de atividade e reaquecimento, estes são elementos fundamentais para uma recuperação econômica. O argumento neoliberal de que o emprego é o último fator de uma retomada econômica é frágil e contraditório, não tem base alguma na ciência econômica clássica.

É preciso considerar, ainda, que famílias e pequenas empresas que, estão resistindo à crise pandêmica que vivemos, estão cada vez mais com o fôlego curto, à beira da falência especialmente provocada pelo Grande Reset impulsionado pelos bloqueios e lockdowns inúteis para evitar a propagação do coronavírus. 

Entre os setores econômicos mais atingidos e que gera grande número de empregos, o setor de bares e restaurantes são um exemplo dramático do que estamos afirmando. Uma nova pesquisa da série Covid-19, realizada pela Associação Nacional de Restaurantes (ANR ), em parceria com a consultoria Galunion, especializada no mercado de restaurantes, e com o Instituto Foodservice Brasil (IFB), mostra um alto nível de endividamento das empresas do setor na pandemia: 71% dos bares e restaurantes afirmam ter dívidas.Desse total, 79% devem para os bancos, 54% estão com impostos em atraso e 37% têm débitos com fornecedores. 

A pandemia potencializou o poder de uma elite financeira, que hoje governa o mundo por cima dos próprios Estados nacionais e regimes políticos, afinal estes são seus grandes devedores. Este fenômeno da economia capitalista, os Marxistas Revolucionários caracterizam como a captura dos governos burgueses pelo rentismo financeiro internacional, o único e real controlador de todo o fluxo de capital do planeta. Diante deste estágio histórico do modo de produção capitalista, sedimentado agora com a Nova Ordem Mundial Pandêmica, não há outra alternativa possível, a não ser a expropriação da banca financeira global, através da revolução proletária mundial!