sábado, 8 de maio de 2021

GREVE GERAL NA GRÉCIA: TRABALHADORES DO SETOR ESTATAL PARALISAM ATIVIDADES DESAFIANDO O “ISOLAMENTO SOCIAL” PREGADO PELO CAPITAL FINANCEIRO E APÊNDICES DA  ESQUERDA REFORMISTA

Atenas, a capital grega está paralisada enquanto trabalhadores do setor público (estatais) protestam contra a nova legislação trabalhista neoliberal, que, segundo as entidades sindicais restringiria os direitos dos trabalhadores em um momento em que a economia está lutando para se recuperar da pandemia, ou melhor do Grande Reset imposto pelo capital financeiro internacional.

Em uma grande manifestação ocorrida na última sexta-feira (07/05), a polícia do governo central de direita estimou que até vinte mil trabalhadores se reuniram em frente ao prédio do parlamento do país em Atenas, depois que o principal sindicato de funcionários públicos da Grécia, ADEDY, convocou uma greve geral de 24 horas, rompendo a orientação de “isolamento social”, defendida pela esquerda reformista do Syriza (governo nacional anterior) partido similar ao PSOL brasileiro.

O sindicato dos trabalhadores estatais deflagrou a greve, que tem como objetivo de manifestar o repúdio ativo com a nova legislação, coincidindo com as comemorações do 1º de Maio no país. ADEDY diz que o projeto de lei planejado vai abolir a semana de trabalho de cinco dias, adicionar duas horas à jornada de trabalho padrão e eliminar a negociação coletiva: "O projeto de lei constitui ... um ataque direto aos funcionários e seus direitos... em um momento em que o país está em uma profunda crise econômica e de saúde devido em grande parte às decisões do governo", afirmou o ADEDY em um comunicado público a nação.

Os milhares de manifestantes que saíram às ruas agitaram bandeiras e faixas com os dizeres "não nos tornaremos escravos do século 21", conseguindo paralisar a capital Atenas. O metrô, os trens e os ônibus públicos não funcionaram, obrigando muitas pessoas a dirigir seus carros ou pegar táxis até o local de trabalho.  As balsas marítimas para as muitas ilhas da Grécia ainda estavam atracadas. Até jornalistas da televisão estatal ERT paralisaram suas funções em apoio ao protesto.

O governo central da “Nova Democracia”, partido da direita neoliberal refém da linha sanitária da OMS e do Fórum de Davos, refutou as reivindicações dos trabalhadores em greve, afirmando cinicamente que a nova legislação traria maior flexibilidade e refletiria mudanças nos hábitos de trabalho.  "A única coisa que esse projeto de lei faz é dar aos trabalhadores e empregadores um grau de liberdade sobre como organizar a jornada de trabalho de oito horas", disse o ministro do Desenvolvimento, Adonis Georgiadis, à rádio Parapolitika.

A economia do país contraiu 8,2% em 2020 devido ao lockdown, imposto sob a justificativa da pandemia do coronavírus, elevando o patamar do desemprego na Grécia a níveis insuportáveis, para um padrão da União Europeia. A única alternativa para a classe operária é romper com a paralisia imposta pelas direções Social Democratas, organizando uma poderosa greve geral, unificando trabalhadores do setor público e privado.