MALI AFRICANO: O SEGUNDO GOLPE MILITAR EM MENOS DE UM ANO. ORGANIZAR JÁ A RESISTÊNCIA AO FASCISMO COM A SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL DOS POVOS
A Nova Ordem Mundial da pandemia, vem patrocinando silenciosamente a volta de golpes militares “clássicos”. O desferido em Myanmar na Ásia inaugurou uma sequência de quarteladas típicas do militarismo fascista. Agora o Mali na África sofre a segunda intervenção militar em menos de 1 ano, é o chamado “golpe dentro do golpe”. Generais do Mali detiveram o presidente, o Primeiro-Ministro do governo interino do país africano, aprofundando o caos político meses após o primeiro golpe militar que derrubou o presidente anterior. O presidente Bah Ndaw, o premiê Moctar Ouane e o ministro de Defesa Souleymane Doucoure foram levados para uma base militar em Kati, no entorno da capital Bamaco, horas depois que dois membros do Exército perderam seus cargos durante uma reforma no governo. As atuais prisões são mais uma demonstração de força do Alto Comando no Mali, após a derrubada do presidente eleito Ibrahim Boubacar Keita em agosto do ano passado.
O trágico episódio de hoje (24/05) tem potencial para
exacerbar ainda mais a instabilidade no país da África Ocidental, onde grupos
islamistas violentos, ligados à Al-Qaeda e ao Daesh (organizações terroristas
proscritas na Rússia e em outros países) controlam grandes áreas no deserto
situado ao norte.
Após o golpe de agosto do ano passado, Ndaw e Ouane tinham a
missão de coordenar uma transição de 18 meses para a eleição de governo civil,
mas, aparentemente, eles se movimentaram para tentar reduzir o controle militar
de diversos postos-chave do governo, que acabou sendo derrubado.
A crise no Mali remonta ao ano de 2012, quando o presidente
Amadou Toumani Toure foi derrubado por uma junta militar. Sua saída desencadeou
um rebelião étnica tuaregue, que incialmente contou com o apoio de grupos
jihadistas e tomou o controle do norte do país. Pouco depois, os islamitas se
voltaram contra os tuaregues e assumiram diversos territórios que haviam sido
capturados.
Com o agravamento da crise, o governo do país africano
desastrosamente “pediu” uma intervenção ao imperialismo francês em 2013, que
realiza operações militares contra os insurgentes e mantém um contingente na
região do Sahel. Desde então, alguns acordos foram assinados, mas a luta
prosseguiu. Os rebeldes se reagruparam e passaram a realizar ataques frequentes
contra soldados e civis. Além disso, os islamitas exportaram seus métodos para
países vizinhos, como Burkina Faso e Níger, onde os ataques cresceram
significativamente a partir de 2017. Em resumo a interferência francesa só
serviu para transformar o país em uma plataforma do imperialismo europeu para
abrigar os grupos terroristas “amigos”...
A tarefa das forças anti-imperialistas neste momento onde a
vanguarda do proletariado malinês está sob risco de ser simplesmente eliminada
pelos generais genocidas, é desenvolver uma ampla campanha de solidariedade
internacional, agregando a denúncia do novo golpe militar, com o fomento dado
pelo imperialismo a grupos terroristas islâmicos que sejam inimigos viscerais
dos regimes nacionalistas burgueses na África, Ásia e Oriente Médio.