POLÊMICA COM A ESQUERDA CRÉDULA NA DEMOCRACIA BURGUESA: OS MARXISTAS SÃO FAVORÁVEIS AO VOTO IMPRESSO E CONTRÁRIOS A TODOS OS MECANISMOS VOLTADOS A FRAUDAR A SOBERANIA POPULAR!
Para os Marxistas Revolucionários, a fraude eleitoral não nasceu com a urna eletrônica nem tampouco com as pesquisas eleitorais, é um produto histórico inerente a própria democracia burguesa. Lênin há mais de um século, estudou os mecanismos do processo eleitoral, no marco da ditadura capitalista, concluindo que seus resultados expressam sempre a forma distorcida da vontade popular. Passadas várias décadas e distintas etapas da correlação de forças da luta de classes, podemos afirmar que hoje o processo político da fraude no interior das eleições representativas não só foi ampliado como tornou-se um sofisticado mecanismo da “indústria” eleitoral. Isto significa que as distorções políticas próprias da democracia burguesa, como o peso econômico dos candidatos ou o apoio que recebem da imprensa capitalista, agora são potenciados pela manipulação direta do voto popular.
A tecnologia virtual mais importante utilizada em todo os
processos modernos de fraude eleitoral eletrônica, veio à tona na forma das
máquinas de votação (chamadas no Brasil de urnas), controladas por empresas da
Big Tech, e seus softwares associados de contagem e totalização de votos, que
passaram a dominar a maior parte das eleições por todo o mundo nos últimos 20
anos.
No Brasil as máquinas eletrônicas foram sendo introduzidas
na “era” neoliberal do governo FHC, sob orientação direta da Casa Branca e a
CIA (Deep State) que utilizou o Brasil para ser a cobaia pioneira de um sistema
de votação eleitoral 100% digital, sem comprovação física alguma.
No mecanismo da urna eletrônica não há a menor chance de
contestação do resultado por parte do eleitor, já que seu voto é apenas
virtual. Em outros sistemas eletrônicos de votação, cada registro do voto
virtual deve necessariamente ter um correspondente físico discriminado o nome
ou número do eleitor e sua cédula perfurada com a escolha de seus candidatos,
feita a leitura eletrônica da cédula esta vai para um depósito lacrado que pode
ser aferido e comprovado ao menor indício de fraude.
No Brasil a suposta “modernidade” eleitoral está a serviço
do controle da soberania popular por parte das oligarquias políticas
dominantes, que detém o mando dos TRE's com a indicação de desembargadores de
sua estreita confiança. É bem verdade que a fraude eleitoral em curso no país é
um processo mais profundo do que apenas a urna “roubotrônica”, envolvendo o
controle restrito da totalização regional/nacional de votos, os
"institutos" de pesquisa e, por fim, o próprio financiamento
bilhardário das principais campanhas, isto sem falar é claro da manipulação
política exercida pelos monopólios da mídia corporativa
Em mais três décadas do surgimento da urna eletrônica, já
são inúmeros os casos mais evidentes e “patéticos” do golpe da “casadinha”, ou
seja, pesquisa eleitoral e urna eletrônica atuando em conjunto, sob o comando
da máfia burguesa hegemônica.
Registre-se o fato de que apesar dos Ministros do TSE
afirmarem que o sistema do Brasil é “muito seguro”, acusando todos os que
questionam o seu método de “inimigos da democracia”, o processo de uma votação
eletrônica sem qualquer comprovação material, só existe em nosso país, e até
mesmo no Japão (pioneiro mundial no sistema de urnas eletrônicas) o voto
impresso é um elemento obrigatório para complementar todo o processo. No Brasil
a “vontade política da burguesia” se sobrepõe a soberania do voto popular, que
não pode ser comprovado pela população que exerceu seu direito histórico
democrático, mas que assiste a própria “democracia” ser roubada pela
manipulação da elite das corporações financeiras.
No caso das recentes eleições municipais, sequer se consegue disfarçar a fraude eleitoral coordenada pelo Ministro presidente do TSE, Luís Roberto Barroso: caminhões de transporte de urnas terceirizados em todo o país, empresas de informática ligadas aos EUA (Big Data) que fornecem o software para totalização dos votos dos TRE’s, pane repentino de computadores centrais que saem e entram do ar com resultados díspares sem nenhuma explicação crível, aceite prévio de pesquisas para ampla divulgação na mídia que sequer realizaram qualquer consulta presencial nas cidades... a lista técnica da fraude eleitoral é bem extensa, porém o fulcro da questão é política!
Em 2020, a burguesia resolveu levar à frente uma “eleição a frio”, no meio de um isolamento social e pandemia sanitária que ela mesmo resolveu decretar (obviamente não por uma questão de “defesa da vida”).
Vale registrar que apenas dois “Institutos” dominam 90% do
mercado das pesquisas eleitorais no país, ambos são apenas sucursais da dupla
hegemônica na mídia jornalística brasileira: Folha de São Paulo e seu DataFolha
e O Globo com seu carcomido Ibope. Estes dois “Institutos” com seus “resultados
semanais” divulgados com grande estardalhaço por seus proprietários, a mídia
corporativa, estão determinando a dinâmica política da campanha eleitoral dos
partidos, inclusive os da chamada “esquerda”, que acolheram como “verdade
suprema” as pesquisas dos “Institutos” consideradas como se fossem os próprios
boletins oficiais dos TRE’s do país.
O “pequeno detalhe” que é omitido por todo o arco político,
da “extrema esquerda” eleitoral até a extrema direita, é que em plena pandemia
do coronavírus, onde os editoriais da mídia corporativa (dona dos Institutos)
ordenam o isolamento social e espalham diariamente o pânico da “Terceira Onda”,
as tais pesquisas sequer são realizadas presencialmente, configurando a “fraude
das fraudes”, sob encomenda é claro das forças políticas dominantes de cada
região do país.
O ingresso da Nova Ordem Mundial com a
pandemia do isolamento e terror sanitário requer uma dominação do capital
disfarçada de “civilizatória”, maquiada de “ciência” e com leves pitadas
“democráticas”, sem esquecer é claro uma forte dose de “identitarismo”
policlassista representado pelo PSOL.
Com a legitimação social das pesquisas, agora ficou bem mais fácil “adequar” os boletins oficiais da justiça eleitoral, impossíveis de serem contestados por qualquer partido político ou organização da classe operária. Todos devem confiar na lisura de nossos “probos” juízes e desembargadores, já que o voto virtual não pode ser armazenado e tampouco recontado, a não ser nos programas dos supercomputadores comprador e geridos por grandes empresas capitalistas controladas pela Big Data.
Historiando essa fraude, um destes episódios burlescos, marcados pela pantomima de seus protagonistas, foi a eleição do ex-governador Lúcio Alcântara em 2002, pelo PSDB-CE, quando o TRE emitiu o último boletim oficial dando a vitória ao candidato petista José Aírton, o tucano de “alta plumagem”, Tasso Jereissate, pego de “surpresa” correu até a sede da justiça eleitoral para ele próprio emitir um novo resultado (anulando o boletim já divulgado) empossando o correligionário Lúcio Alcântara.
Casos como o escândalo do Proconsult, na eleição de 1982 no Rio de Janeiro, onde a poderosa rede Globo buscou impedir a vitória de Leonel Brizola, são considerados hoje como os primeiros “laboratórios” da fraude eletrônica.
Em 1989, na primeira eleição direta para presidente após a saída de cena da ditadura militar, novamente a família Marinho atuou para derrotar um candidato considerado “adversário” de seus interesses, combinando a farsa midiática com a fraude na totalização dos votos.
Deixamos claro que as oligarquias regionais que controlam o TRE podem alterar resultados via o software na totalização de votos na urna “roubotrônica” como denunciaram vários especialistas, já que não há a comprovação física do voto que possibilite recontagem manual! Como não se pode mais aferir o voto do cidadão, pela inexistência de sua materialidade, a totalização eletrônica fica a cargo de uma equipe de “técnicos” dos TREs, subordinados aos desembargadores nomeados pela oligarquia dominante em cada região.
Na verdade, para se instalar institucionalmente um mecanismo eleitoral fraudulento como o brasileiro, inclusive já exportado para outras semicolônias, é necessário um amplo acordo político no seio das classes dominantes com o objetivo de estabilizar o regime burguês por um longo período. No caso de países imperialistas, com uma tradição republicana mais arraigada e sem um profundo consenso partidário no interior da burguesia, fica impraticável estabelecer a completa virtualidade do processo eleitoral.
Como marxistas não depositamos nenhuma confiança ou credibilidade nos instrumentos e cortes da justiça eleitoral e seus “parceiros” do IBOPE...
A esquerda reformista tupiniquim (PT, PCdoB, PSOL, PSTU) vem aceitando passiva a introdução da urna eletrônica (agora com leitura biométrica para passar confiabilidade mas suspensa devido a Pandemia do Covid-19), saudando o atual mecanismo de contagem de votos como um “avanço da modernidade”, o curioso é que países na vanguarda da eletrônica e informática, como o Japão e até mesmo os EUA, não adotaram este sistema virtual, pela insustentabilidade de sua aferição material.
Desgraçadamente, o conjunto da esquerda, até mesmo seus elementos mais “críticos” como o PCO seguiu o mesmo caminho do reformismo e se recusam a denunciar a urna eletrônica, como parte integrante deste grande embuste representado por este regime bastardo da democracia dos ricos e seu escopo institucional.
O MRT chega se opor ao voto impresso, usando Bolsonaro como pretexto para defender a urna eletrônica sem comprovação física do voto “Ainda aponta que o voto impresso é a melhor opção, ao mesmo tempo em que questiona o resultado das eleições norte-americanas”, quando na verdade esses ignorantes negam-se a entender que o mecanismo da fraude nas eleições nos EUA consiste em vários softwares da Dominion Vote Systems”, uma empresa canadense com sede no Colorado (EUA) que domina hoje o cenário eleitoral norte-americano que funcionam em conjunto para mapear os diferenciais de votação em um sistema central e, em seguida, aplicar mudanças súbitas de votos de acordo com códigos de software inteligentes (smartcodes) que invertem os votos de um candidato para outro em microsegundos de acordo com os objetivos políticos do programador.
Frente a todo esse processo voltado a liquidar a soberania do povo popular, a classe operária poderá avaliar a conveniência política conjuntural de participar ou não de um processo eleitoral burguês, mas sem nunca legitimar seus resultados cada vez mais fraudulentos e corruptos, signos da atual etapa mundial de brutal ofensiva imperialista sobre os povos e nações oprimidas para impor a Nova Ordem Mundial ditada a partir da Pandemia.