APÓS MAIS DE 30 MORTOS PELA REPRESSÃO FASCISTA DE IVÁN DUQUE: ENTIDADES CONVOCAM NOVA JORNADA DE PROTESTOS NA COLÔMBIA
O presidente Iván Duque, encurralado pelas manifestações que crescem cada dia, anunciou no último domingo (02/05) a retirada de pauta da proposta de reforma tributária que aumentava de forma draconiana o imposto sobre valor agregado de alguns produtos, alimentos e serviços e ampliava o número de pessoas que pagariam imposto de renda. Mesmo assim a crise política intensificou-se levando inclusive que o ministro da Fazenda da Colômbia, Alberto Carrasquilla, renunciasse ao cargo na segunda-feira (03/05), após cinco dias consecutivos de protestos multitudinários que foram duramente reprimidos, deixando um trágico sado de mais de 30 mortos e mais de 800 feridos.
Mesmo sob o cenário da dura repressão policial, organizações sociais, indígenas, sindicalistas de base e o movimento dos estudantes, anunciaram nesta segunda-feira (03/05) que manterão as mobilizações nas ruas, pois embora tenham derrotado a reforma tributária promovida pelo presidente neofascista, seu governo capitalista ainda tem pendente respostas a várias reivindicações populares. Os organizadores do protesto social dos últimos dias reconheceram em comunicado que "uma primeira batalha foi vencida pela decisão do Governo de retirar a Reforma Tributária". Ao mesmo tempo, sustentam que a luta não será ganha "até que seja retirado todo o pacote de Duque, que inclui a Reforma Trabalhista, a Reforma Sanitária e a Reforma Previdenciária".
Os manifestantes também exigem que se faça justiça com “as pessoas mortas, feridas e capturadas neste árduo trabalho de mobilização” e que o Governo Duque crie garantias reais para a integridade dos líderes sociais e signatários dos “acordos de paz”, que são alvos sistemáticos da violência estatal. Até esta terça-feira(04/05)a repressão aos protestos causou 31 homicídios, 42 abusos e ataques a defensores dos direitos humanos e repórteres independentes, mais de 900 feridos, 10 atos de violência sexual e de gênero e a prisão de 503 pessoas.
O movimento de massas em Cali (Valle del Cauca) deu ao protesto o caráter de uma "greve geral cívica por tempo indeterminado", convocando a continuar os protestos enchendo as ruas do país. Também em Bogotá, novas marchas foram convocadas para os próximos dias, em repúdio às decisões do governo e à repressão. Na capital ocorreram bloqueios intermitentes da rede de ônibus TransMilenio na madrugada desta terça-feira. Além disso, os motoristas de táxi fizeram bloqueios de estradas e os caminhoneiros de carga também fizeram um protesto.
Além disso, são relatados o assalto a várias sedes de bancos em Bucaramanga (Santander) e danos a estações de metrô nesta cidade.
Os movimentos sociais exigem que o governo neofascista renuncie, alertando sobre os riscos de uma guerra civil envolvendo o uso do Exército para controlar os protestos nacionais. Uma verdadeira “lição de moral” para a esquerda reformista brasileira, acovardada no Isolamento Social imposto pela governança global do capital financeiro.