O MRT E SUA DEFESA DE UMA NOVA CONSTITUINTE: “MAIS PERDIDO
QUE CEGO EM TIROTEIO” NA PANDEMIA ARMADA PELO GRANDE CAPITAL À SERVIÇO DA BIG
PHARMA
O “sem noção” MRT, perdido como sempre, acaba de lançar o artigo “Por uma nova Constituinte para pôr abaixo a ‘festa’ de Bolsonaro, Centrão e do Agronegócio” (Esquerda Diário,10.05). Trata-se da mesma proposta defendida pelo líder do governo Bolsonaro na Câmara, por ironia o deputado federal do “Centrão”, Ricardo Barros! A ex-LER não aprende, acabou de sair de um congresso virtual, onde a maioria de jovens não teve coragem para fazer uma discussão real alegando o medo da pandemia e acabaram decidindo por lançar “palavras ao vento”, sem nenhum sentido para o avanço da luta de classes e, o mais importante, sem fazer um balanço auto-crítico de seus graves equívocos políticos, como o seguidismo a “Esquerda Lockdown” na pademia, que levou a saída de militantes como Fernando Pardal e Gilson Dantas, entre outros, críticos da linha de submissão do MRT as ordens da OMS, a agência imperialista da ONU comandada pela Big Pharma.
A defesa que o MRT faz da constituinte é uma verdadeira piada
de mal gosto: “É preciso impor pela mobilização uma Assembleia Constituinte
Livre e Soberana para que o povo possa decidir os rumos do país, assim como em
que os trabalhadores possam batalhar para revogar todas as reformas. E que pela
luta, possamos virar o jogo da luta de classes para impor um governo de
trabalhadores de ruptura com o capitalismo”. Quem hoje irá convocar essa nova
constituinte? Que poder ou governo? Os trabalhadores e seus organismos? Não, os
sindicatos estão fechados pela política de “isolamento social” que o MRT
defende, por isso nem seu “congresso” foi presencial, imagine ir à luta direta
de massas!
O conjunto do programa do MRT e seu progenitor, o PTS
argentino assim como de seu agrupamento internacional, a FT, é historicamente
de adaptação ao imperialismo (no caso da contrarrevolução na URSS e, mais
recente, em apoio a “Primavera Árabe” patrocinada pela OTAN na Líbia) e ao
regime democrático burguês, como agora no Brasil, ao defender a convocação de
uma “Assembleia Constituinte” sem agregar o caráter do poder estatal e que tipo
de regime político a convocaria.
A LBI há tempos pontuava essa adaptação do MTR à Frente
Popular e ao PSOL. Primeiro, como em um passe de mágica, o MRT “descobriu” que
estava em curso no Brasil um “Golpe Institucional” contra o governo do PT,
depois de seguir acriticamente a linha do PSTU. Logo passou de malas e bagagens
para o campo “Contra o Impeachment”, é verdade que antes mesmo de “pular de
lado” já vinha elogiando entusiasticamente os atos convocados pela Frente
Popular em defesa de Dilma. De apoiador do “Fora Todos” para novo satélite da
trincheira cutista e da Frente Popular! (que também abarca o PSOL).
Depois do giro dado pelo MRT ao romper sem nenhuma
autocrítica com a linha de “Fora Todos” que colava do PSTU para a seguir ao
lado do PT e PSOL na denúncia do “Golpe de Estado”, o MRT deu um passo ainda
maior de adaptação do regime político, ao defender a proposta de Assembleia
Constituinte. Não que a consigna da Constituinte em si não possa ser levantada
em determinados momentos históricos, porém defendê-la em pleno esgotamento do
ciclo democrático brasileiro, nos estertores da “Nova República” instaurada com
o fim do regime militar, nos parece um enorme equívoco teórico.
Mas o pior é que o MRT ultrapassa o erro teórico e adentra
na capitulação política ao regime democratizante quando sequer define em sua
elaboração qual o caráter do poder estatal que convocaria uma nova
constituinte, após mais de 30 anos da última realizada no país.
Quando a Nova República de Sarney (PMDB, PFL e PDT) convoca
a Constituinte de 86, os Marxistas Revolucionários denunciamos o conteúdo
burguês de seu governo (poder), ao mesmo tempo que afirmávamos que somente um
governo operário poderia aferir um caráter realmente soberano, democrático e
socialista a uma nova constituição. Não muito politicamente distinto foi quando
em pleno governo militar defendíamos uma constituinte soberana colando esta
consigna a palavra de ordem de um novo poder: "Abaixo a Ditadura!" e
"Por um Governo Operário e Popular!". Ou seja, mesmo nos regimes
semifascistas ou democráticos a defesa da constituinte deve sempre estar
associada ao combate por uma alternativa de poder proletário, como demonstrou o
Partido Bolchevique quando defendeu esta consigna antes de tomar o poder na
Rússia.
A covardia e adaptação do MRT a democracia dos ricos é
vergonhosa ao ponto de sequer publicitarem em seus artigos a defesa de uma
"Constituição Vermelha"(moción roja), como fez Nahuel Moreno no Perú
quando de fato seu partido (PST no interior da FOCEP) teve a oportunidade de
concretizar na prática esta reivindicação histórica. Para os tímidos
trotskizantes do MRT associar a defesa da constituinte com alguma questão
programática do poder operário fugiria o espectro "democrático" do
seu arco de influência totalmente pequeno burguês.
Por esta razão tanto diante da crise do governo Dilma como
agora com Bolsonaro sua consigna de poder é limitada a convocação de “uma nova
constituinte imposta pela força da mobilização”!!! Definitivamente, o MRT está
totalmente perdido em meio à complexa situação nacional, levantando a palavra
de ordem “Assembleia Constituinte” como uma saída nos marcos do próprio regime
político vigente.
Imaginemos que neste quadro estatal de ofensiva política e
ideológica da direita e neoliberais (o que inclui o próprio PT) que tipo de
parlamentares constituintes seriam eleitos e que “pérola” de nova constituição
seria elaborada! Somente uma direção com profunda ilusões nas instituições
burguesas, como é o caso do MTR, pode pensar que neste retrocesso político das
massas surgiria uma bancada revolucionária ou mesmo progressista capaz de impor
alguma conquista social em uma nova constituição federal.
Essa é uma das propostas mais direitistas do cardápio
democratizante apresentado pela esquerda revisionista (Eleições Gerais, Diretas
Já) na medida em que a Constituinte abriria um caminho para um ataque de maior
envergadura da burguesia e da direita para retirar direitos dos trabalhadores.
O bloco que pugna neste momento por uma “Constituinte Soberana” teria que parar
de tergiversar e responder a seguinte questão: que poder estatal convocaria uma
constituinte e que tipo de nova carta magna poderia ser elaborada nesta
conjuntura de ofensiva total da direita mais recalcitrante? Obviamente a
resposta só pode ser a de um desastre total. Pensar que nessa conjuntura de um
governo burguês como o Bolsonaro acossado pela governança global do capital financeiro, possa convocar uma
"constituinte progressista" é no mínimo uma piada de mau gosto, tanto
que um novo governo do PT (Lula) levaria um programa não muito diferente no
quadro de ajuste neoliberal em curso no parlamento.
Desde a LBI defendemos que o proletariado não deve apresentar
simplesmente uma “agenda democrática” para a crise capitalista, como pretendem
os revisionistas do MRT. O MRT abomina conceitos como “Ditadura do
Proletariado” e “centralismo democrático” em sua senda oportunista é mais um
agrupamento a ceder as fortes pressões do chamado “campo democrático” formado
pelo PT e PSOL, incapaz de combater de forma consequente e coerente a linha
direitista do PSTU sem cair nos braços da Frente Popular e capitular a sua
política de colaboração de classes, agora adaptado a chamada “Esquerda Lockdown”!
Tanto que agora o MRT, em seu eterno malabarismo político
cínico, afirma que “Toque de recolher e um lockdown significam para as
periferias mais repressão estatal, além de não oferecer proteção nenhuma para
quem segue trabalhando. Boa parte da esquerda institucional que clama pelo
lockdown mais estrito, parece se esquecer dessa verdade elementar – temos que
continuar comendo, tomando água, usando energia elétrica, internet etc. Mas
existe alternativa?”...
Apesar dessas lamúrias, o “remédio” que o MRT aponta é
praticamente o mesmo de seus pares de esquerda domesticado, mas com o toque de
covardia que sempre marca o grupo satélite do PTS argentino, que agora nos
receita que “Em primeiro lugar seria preciso implementar o que podemos chamar
de quarentena ou isolamento racional. Ou seja, combinar a técnica medieval com
a técnica mais avançada. Testagem massiva e incansável para identificar as
rotas do vírus. Quarentena estrita para os infectados e para quem entrou em
contato com o vírus” (ED, 03.03).
Essa conduta canalha do MTR se explica porque orientado pelo
PTS argentino o grupo brasileiro se curvou também aos interesses da Big Pharma.
Não por acaso, o MRT se negou a defender as teses científicas que Gilson Dantas
esgrimou na Pandemia, ao contrário, saiu como os demais membros da degenerada
família morenista e a esquerda domesticada a seguir as ordens da OMS e
comemorar a chegada da “vacina sagrada” que vai engordar os lucros dos grandes
laboratórios, que não por acaso demonizam o uso da Hidroxicloroquina e da
Ivermectina, fármacos eficazes de baixo custo disponível no mercado como provou
nos testes e seus estudos o Dr. Didier Raoult e vários outros cientistas no
mundo, mas que a esquerda domesticada abomina porque o neofascista Bolsonaro as
recomendou como reação a sua exclusão da governança global. Bolsonaro ao mesmo
tempo em que faz demagogia inútil com a cloroquina, segue com a área da saúde
do seu governo como um gerente servil a todas as ordens da OMS.
Menosprezando os estudos de seu próprio ex-militante Gilson Dantas e do Dr. Didier Raoult, o PTS saudou a vacina da Astrazeneca, a mesma que vem matando pelo mundo: “Según el laboratorio los resultados de un conjunto de pruebas demostraron que la vacuna en desarrollo genera respuesta autoinmune tanto en adultos como en adultos mayores. Y a la vez de mostrar buenas respuestas de inmunogenicidad, se observó que la reactogenicidad (efectos adversos que puediera provocar) es aún menor en los adultos mayores que en los grupos más jóvenes. Esto constituye un dato alentador ya que las personas de la tercera edad son quienes tiene su sistema inmunológico más debilitado.” (La Izquierda Diario, 27/10, no original em espanhol para não deixar dúvidas).
A posição
do MRT é o ápice da degradação ideológica da esquerda reformista que ao seguir
como cães domesticados as corporações imperialistas da Big Pharma e a OMS,
assina sua própria sentença de morte, a atual defesa de uma “nova constituinte”
é apenas mais um prego no caixão.