“A MORTE PEDE CARONA”: 500 IMIGRANTES AFOGADOS VINDOS DA LÍBIA, MALI E ERITRÉIA... ONDE ESTÁ A TÃO PROPALADA “DEFESA DA VIDA” POR BIDEN E O IMPERIALISMO QUE DESTRUIU ESSES PAÍSES?
Até agora este ano, pelo menos 500 imigrantes morreram enquanto tentavam cruzar o Mediterrâneo central, este número representa mais que o triplo do que no mesmo período de 2020, quando 150 mortes foram registradas, conforme relatado pela Agência das Nações Unidas. O “acidente” mais grave até agora neste ano ocorreu no dia 22 de abril, quando um naufrágio naquelas águas causou a morte de 130 pessoas. Por outro lado, o número de chegadas de migrantes em 2021 às costas da parte europeia do Norte da África chega a mais de 10.400, um aumento de 170% em relação a 2020. A maioria dessas pessoas vem da Líbia, Mali, Eritreia e outras áreas do Norte de África e, de acordo com os testemunhos recolhidos, a pandemia não é um dos principais motivos do seu êxodo, mas sim a violência persistente nos seus locais de origem provocados pela barbárie capitalista.
Os imigrantes e os refugiados são forçados a esta realidade devido à política imperialista da OTAN, dos EUA e da UE, pela agressividade e intervenção na Líbia, Iraque, Mali, Iêmen, vendidas ao mundo como “revoluções”, assim como pelas políticas das transnacionais e pelo saque de recursos naturais na África e Oriente Médio, pela destruição e manipulação das economias dos países e, finalmente, pela política da União Europeia e seus governos contra os trabalhadores imigrantes.
A maioria vem da Líbia, Síria, Mali, Iraque,
Afeganistão e do norte da África, países que foram ou são alvo das intervenções
militares imperialistas ou da ação de grupos terroristas patrocinados pelas
potências capitalistas, como o Estado Islâmico (EI).
É o chamado “efeito bumerangue” que agora se volta contra os países europeus. Os dirigentes dos governos imperialistas reunidos em Bruxelas decidiram que vão usar drones para bombardear embarcações ancoradas nos portos da Líbia e que sejam capazes de transportar imigrantes até a costa da Itália e Grécia.
A política anti-imigração do imperialismo é bem clara. Anteriormente, os imigrantes foram utilizados como mão-de-obra barata a fim de rebaixar os salários nos países imperialistas e quebrar a resistência da classe operária desses países. Agora, com o aprofundamento da crise capitalista, que está elevando a níveis altíssimos o desemprego, a burguesia imperialista descarta os estrangeiros para explorar os seus próprios operários.
O fluxo de pessoas desesperadas que parte da Síria, Líbia e do norte da África na tentativa de alcançar a Europa já é muito maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Números recentes mostram que milhares de pessoas estão usando uma rota perigosa através dos Bálcãs para chegar à Alemanha e a outros países do norte da União Europeia. Na última semana, novas tragédias voltaram a expor ao mundo a gravidade do problema.
Desde a LBI denunciamos a política assassina do imperialismo ianque e europeu e de seus governos contra os imigrantes que fogem dos efeitos da barbárie capitalista imposta pelas “revoluções made in CIA”.
Lutamos para derrotar as agressões imperialistas contra o povo no norte da África e do Oriente Médio, pela destruição da OTAN e pela utilização dos recursos naturais para o benefício dos trabalhadores. A questão central colocada frente ao avanço da barbárie capitalista que vem deixando um rastro de morte na Europa é a necessidade de superar a agonia do capital pela via da revolução socialista.
Não há outra vereda a não ser o da violenta demolição da sociedade de classes e
o da construção revolucionária de um novo modo de produção, genuinamente
socialista, baseado na solidariedade e no internacionalismo!