terça-feira, 4 de maio de 2021

QUEBRA DAS PATENTES DEFENDIDA PELA ESQUERDA REFORMISTA: A QUESTÃO NÃO É SÓ PODER USAR “LIVREMENTE” A FÓRMULA DA VACINA, MAS SIM EXPROPRIAR OS LABORATÓRIOS DA BIG PHARMA PARA PRODUZIR TODOS OS MEDICAMENTOS QUE A HUMANIDADE NECESSITA

A bandeira da quebra das patentes das vacinas contra a Covid, defendida pela esquerda reformista como a “salvação da humanidade” diante da tragédia planejada da pandemia, é puro distracionismo! A grande tarefa a ser encampada pelos trabalhadores do mundo não é simplesmente a “quebra das patentes”, uma medida que mesmo que assumida por algum governo nacionalista burguês não resolveria absolutamente nada! Querem nos fazer crer, os domesticados reformistas, que recitam como papagaios a fábula da ilusão: “Eliminar as patentes baixaria os preços, o que as tornaria mais acessíveis a todos”. Porém não podem responder a uma simples pergunta, mesmo com a “fórmula” da vacina em mãos, como produzi-la?

A produção das vacinas não requer somente o conhecimento da “fórmula”, são necessários insumos químicos sofisticados, que por sua vez são de propriedade das grandes corporações farmacêuticas e até mesmo de governos imperialistas (é o caso dos EUA que tem o monopólio mundial de uma das substâncias essenciais para a fabricação da vacina do coronavírus). A grande maioria dos países do planeta, mesmo se tivessem acesso a patente da vacina (fórmula) e permissão legal para usá-las, não teriam a menor capacidade para produzi-las! São necessários em primeiro lugar, para produção em escala mundial de massas da vacina, grandes fábricas (complexos bioquímicos laboratoriais), menos de dez países no planeta tem essa capacidade. Em segundo lugar, mesmo possuindo instalações físicas compatíveis, caso do Brasil por exemplo, ainda faltariam os insumos básicos para a industrialização de centenas de milhões e milhões de doses, neste caso poucos países têm capacidade científica e tecnológica para a produção da IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo).

Nada do que vimos nesta pandemia escapa às leis de mercado do capitalismo monopolista, muito menos vacinas. As vacinas são uma mercadoria como outra qualquer, compradas e vendidas no mercado mundial por grandes corporações imperialistas, as patentes (retenção do conhecimento científico) são apenas um dos elementos da vasta engrenagem criminosa da Big Pharma.

Como qualquer leigo bem informado pode aferir, a questão fulcral não é a patente (fórmula) apenas um dos elementos para a produção da vacina, alguns laboratórios internacionais após a assinatura do contrato de venda do bilionário primeiro lote dos imunizantes, repassam (liberam) a fórmula para a produção e envasamento local do fármaco. Fazem isso não por “generosidade”, mas por um simples cálculo comercial, vendendo somente o IFA o custo da logística do transporte diminui e consequentemente o lucro aumenta! Desta forma já foi celebrado o contrato da Sinovac com o governo brasileiro, que “revelou” a fórmula da Coronavac para que o Instituto Butantan a fabricasse integralmente a partir do meio deste ano. Não é o caso da Pfizer, Moderna e Jonhson, que utilizam um método mais “inovador” para a produção da vacina (RNA mensageiro e proteína sintética), e que neste caso nenhum laboratório do país tem condições tecnológicas ainda para a produção deste tipo de vacina. 

Portanto o fundamental para a classe operária não é se apropriar somente da propriedade intelectual de uma fórmula, e sim de toda a propriedade física e científica das grandes corporações farmacêuticas: Confiscar a indústria da Big Pharma, em todas suas instalações no planeta, através da revolução socialista internacional! Controle operário de toda a produção mundial de medicamentos para salvar vidas e matar o capital!