domingo, 1 de agosto de 2021

DESEMPREGO “EXPLODE” NO PAÍS: ENQUANTO A ESQUERDA REFORMISTA DEFENDE O TERRORISMO DO LOCKDOWN E A DIREITA NEOFASCISTA AS PRIVATIZAÇÕES NEOLIBERAIS

Desemprego recorde atinge 14,8 milhões de trabalhadores brasileiros, entre os 32,9 milhões que procuram emprego e não encontram. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta última sexta-feira (30/07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa revelou que a taxa de desocupação no país ficou em 14,6% no trimestre fechado em maio. Isso significa que 14,8 milhões de pessoas buscaram um trabalho, sem encontrar. A taxa é a segunda maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. O recorde de desemprego foi registrado no trimestre móvel anterior (entre março e abril), quando alcançou 14,7%. Isto significa que em 2021 o desemprego já atingiu o maior nível da história do país. O mesmo ano em que o rentismo (bancos nacionais e estrangeiros) conseguiram capturar o Estado nacional, fazendo duplicar a dívida pública por conta da pandemia global “fabricada” pelo Fórum Econômico de Davos.

O número de trabalhadores desocupados no país no trimestre encerrado em maio subiu 16,4% (ou mais de 2,1 milhões de pessoas) frente ao mesmo período do ano passado. Naquele momento de início de pandemia no Brasil, eram 12,7 milhões de pessoas na fila do desemprego. A ruína do emprego e da economia capitalista nesse período de pandemia também pode ser verificada pelo avanço da chamada “população subutilizada”. Nesta conta, entram os desempregados, “desalentados” e os que trabalham menos do que poderiam e gostariam. Na edição da pesquisa oficial do trimestre findo em maio, essa parcela da população era de 32,9 milhões de pessoas – um aumento de 8,5% (mais 2,6 milhões de subutilizados) em relação ao mesmo trimestre de 2020.

Os dados desta pesquisa recente do IBGE contraria a propaganda do governo neofascista de Bolsonaro de que economia do país, apesar da pandemia, apresenta “resiliência e está em trajetória de recuperação”. Ao mesmo tempo em que são batidos recordes históricos de desemprego o contingente de pessoas ocupadas vem diminuindo. O resultado do IBGE irritou o ministro rentista da Economia, Paulo Guedes, que atacou a tradicional instituição estatal afirmando que “ela está ainda na idade da pedra lascada”. Segundo o banqueiro ministro em junho foram criados 300 mil empregos, com base nos dados do Caged, e 2,5 milhões de novos empregos desde a pandemia.

O Caged e o IBGE utilizam metodologias diferentes. O primeiro divulga o saldo entre contratações e demissões com carteira assinada enviadas pelas empresas. A pesquisa do IBGE é bem mais ampla, considerando a ocupação formal e informal, no setor público e privado, trabalhadores por conta própria e trabalhadores domésticos, e, digamos assim, aqueles que Guedes continua se negando a enxergar, os 40 milhões de brasileiros que vivem na informalidade, sem qualquer direito trabalhista, que ele chamou de “invisíveis”.

Entre março e maio deste ano, o contingente de brasileiros ocupados era de 85,9 milhões de pessoas. Isso significa que o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar é de 48,9% ,ou seja, menos da metade. O nível de ocupação era de 49,5% há um ano. A população fora da força de trabalho atingiu, no período, 75,8 milhões de pessoas, com os desalentados (que desistiram de procurar trabalho) somando 5,7 milhões de pessoas), um acréscimo de  5,5% ante o mesmo período de 2020.

O IBGE considera como trabalhador informal aqueles empregados no setor privado sem carteira assinada, os trabalhadores domésticos sem carteira, os trabalhadores por conta própria sem CNPJ, os empregadores sem CNPJ e os trabalhadores que não têm remuneração. A A pesquisa mostrou que, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o trabalho com carteira assinada no setor privado teve queda de 4,2%, o que representa 1,3 milhão de trabalhadores a menos. Já os empregados no setor privado sem carteira assinada tiveram um crescimento de 6,4%, o que representa um contingente de 586 mil pessoas a mais trabalhando nesta condição.

Diante da verdadeira praga capitalista do desemprego, a esquerda reformista continua defendendo o prolongamento do lockdown e a adoção de mais medidas restritivas, que obviamente só aumenta ainda mais o nível de desemprego dos trabalhadores. O reformismo corrompido pelo capital financeiro atua como a “quinta coluna” do rentismo, fazendo apologia do “Grande Reset” imposto pelos “cientistas” do Fórum Econômico Mundial(Davos). Apesar da demagogia (inócua) contra os bloqueios sanitários, a direita neofascista vem promovendo as privatizações (totais ou parciais) e o arrocho salarial, através da equipe palaciana do rentista Paulo Guedes, que segue fielmente a mesma linha do FMI e de Davos. É urgente construir uma alternativa revolucionária dos trabalhadores, totalmente independente das duas variantes genocidas da burguesia, ou seja da direita neofascista e da esquerda reformista.